Teletrabalho na função pública vai muito além de um computador, defendem sindicatos

A Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), que regressa esta sexta-feira à mesa das negociações com o Governo, não se opõe ao teletrabalho, mas exige que as condições dos trabalhadores fiquem bem definidas.

Esta sexta-feira, a Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP) vai regressar ao Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública para uma segunda ronda de negociações sobre as condições do teletrabalho na função pública.

Nessa reunião, de acordo com a TSF, José Abraão, dirigente da FESAP, vai exigir proteção para os trabalhadores e lembrar que há direitos que não podem ser descurados. “Por exemplo, o direito de desligar, o direito à reversibilidade do teletrabalho, a questão dos custos acrescidos para os trabalhadores, a compatibilização da vida pessoal com a vida profissional, a questão do horário de trabalho, a questão da avaliação do desempenho”, exemplificou o responsável, em declarações à TSF.

No final de junho, deu-se a primeira ronda de negociações entre o sindicato e o Governo. Nesse encontro, já José Abraão tinha garantido que a FESAP não vai aceitar qualquer possibilidade de isenção de horário de trabalho. Porém, o responsável está preocupado com a falta de contacto entre colegas, equipas e o serviço. “Não nos parece muito aceitável que se aceite que um trabalhador vá para casa seis meses ou um ano”, disse.

O secretário-geral da FESAP defendeu que é importante pensar no impacto que o teletrabalho pode ter na qualidade do serviço para o cidadão e lembra que o trabalho a partir de casa nem sempre é compatível com o atendimento.

Além disso, para José Abraão, o teletrabalho vai muito além de um computador porque “o problema são as ligações, as ferramentas digitais, os custos associados aos consumos, a segurança daquilo que se faz em casa e à distância. Não bastará, pura e simplesmente, um computador”.

Na quinta-feira, o Governo anunciou que planeia gastar quatro milhões de euros por ano para que todos os funcionários públicos tenham um computador portátil do serviço para trabalharem a partir de casa.

A reunião desta sexta-feira no ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública para é a segunda de três reuniões que fazem parte de um processo negocial para alterar a regulamentação do teletrabalho na Administração Pública. O último encontro decorre a 24 de julho.

ZAP //

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