Tarefeiros da saúde dão 54 milhões de euros a quatro empresas

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Quatro empresas foram responsáveis por mais de metade dos contratos de prestação de serviços de médicos e enfermeiros tarefeiros entre 2017 e junho de 2022, revelou uma análise do Correio da Manhã a contratos publicados no portal Base.

De acordo com a pesquisa, dos 826 contratos publicados no portal Base, a Precise/EHC (ambas geridas por Nuno Correia Neves), a Knower/Talenter/Talenter24 (do grupo Wellow, lideradas por César Santos), a Randstad II e a Kelly Services Healthcare ficaram com mais de metade dos contratos de tarefeiros nesse período.

Em causa, avançou o jornal, está um montante de 54 milhões de euros pago aos quatro grupos. A publicação lembrou que nem todos os contratos são divulgados no portal, pois as entidades do Serviço Nacional de Saúde não estão obrigadas a fazê-lo.

A Precise, gerida por Nuno Correia Neves, ganhou 116 desses 826 contratos, arrecadando um total de 16 milhões de euros, enquanto a EHC (European Healthcare City), com o mesmo gerente, garantiu 24 contratos, num total de quase sete milhões de euros.

Seguem-se as empresas do grupo Wellow, que conseguiram a adjudicação de pelo menos 140 contratos, no valor de 20,7 milhões de euros. Já a Randstad II e a Kelly Services Healthcare celebraram mais de 150 contratos, num total de, em conjunto, 17,1 milhões de euros, destinando médicos para centros de saúde e serviços hospitalares como Ortopedia, Pediatria, Anestesiologia ou Emergência Médica.

ZAP //

4 Comments

  1. A quem interessa esta sub-contratação de pessoal médico e de enfermagem? Está à vista que não é aos médicos e enfermeiros! Quais são as contrapartidas para o estado, destas empresas ? Porque não contratam para os quadros institucionais o pessoal de saúde que faz falta? Porque desbaratar assim o nosso dinheiro em situações que apenas “tapam buracos” mas não são a solução do problema. “Porqué no te demissionas Marta Temido” ?

  2. Isto só é Possível, porque, 1º no âmbito dos profissionais de saúde deixou de existir seriedade, ética, profissionalismo, humanismo, e o mais, importante, o sistema democrático, gritando por a necessidade talvez de uma ditadura, exigida por falta de democracia e liberdade na comunicação social, e falta de profissionalismo nas principais atividades do Pais.(Não se compreende que as ordens dos profissionais de saúde estejam nos écrans de televisão 32 dias por mês 25 horas por dia, só justificável por falta de independência destes canais televisivos)

  3. Se bem entendi, quatro empresas intermediárias facturaram, entre 2017 e 2022, 54 milhões de euros. Um verdadeiro espanto que parece não jncomodar ninguém. Nem o Governo, nem a Ordem dos médicos, nem os próprios sindicatos da classe.
    Todos sabemos e sentimos na pele, a falta de pessoal nos hospitais, que obrigam os pobres doentes a fazer verdadeiras maratonas, até encontrar um hospital que os trate. Uma verdadeira falta de humanidade e de respeito por aqueles que precisam.
    Os tarefeiros queixam-se que estão mal pagos.
    Isso significa que existem empresas sugadoras, que ficam com uma boa parte do dinheiro que é pago a quem trabalha. Estes profissionais têm direito a mais estima e respeito.
    Porque não é o serviço nacinal de saúde a contratar diretamente? Para que raio existem tais empresas intermediárias no meio disto tudo?
    As organizações de classe devem assumir as suas responsabilidades e envidar esforços para acabar com esta vergonha, que remete quase para a indigência, profissionais que fazem muita falta.
    Resultado disto tudo? Não há pessoal especializado para atender a demanda e, entretanto, empresas que nada produzem e nada fazem, arrecadam milhões que devem ser pagos directamente a quem trabalha.
    Este é um País onde tudo funciona de pernas para o ar e parece que muitos acham óptimo.

  4. Que bonito…
    E ainda dizem que o governo cortou tudo e que dinheiro que devia estar no SNS não vai para “negociatas” privadas!…

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