O grupo TAP registou em 2018 um prejuízo de 118 milhões de euros, valor que compara com um lucro de 21,2 milhões de euros registado no ano anterior.
“Tivemos um prejuízo líquido consolidado de 118 milhões de euros. Os resultados vão além do prejuízo, já que a empresa não causa impacto somente através do seu resultado financeiro”, disse esta manhã o presidente da Comissão Executiva da TAP, Antonoaldo Neves, que falava aos jornalistas, em Lisboa.
Por sua vez, a receita do grupo passou de 2978 milhões de euros em 2017 para 3251 milhões de euros em 2018, traduzindo-se num aumento de 273 milhões de euros, mais 9,1% face ao período homólogo.
“O ano de 2018 foi difícil para a TAP quer em termos operacionais, quer em termos económicos e financeiros, mas foi um ano que não comprometeu o nosso futuro. Um ano que nos permitiu continuar a criar raízes para que o plano estratégico possa ser implementado como previsto”, indicou, por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho.
O crescimento das receitas do grupo engloba a expansão do mercado nos EUA (mais 10%) e, pela negativa, o efeito da desvalorização cambial no Brasil (menos 16%).
Por segmento, na TAP Manutenção e Engenharia em Portugal, que apresentou um crescimento de 55%, destaca-se a venda de serviços de manutenção de motores para terceiros, que avançou 70,1%, passando de 108,8 milhões de euros em 2017 para 185,1 milhões de euros em 2018.O total de custos operacionais avançou 14,7% em 2018, devido, sobretudo “à existência de custos de natureza extraordinária e não recorrente”.
“Os custos extraordinários com irregularidades são consequência do cancelamento de 2490 voos que obrigaram ao aluguer de aviões de substituição com tripulações e ao pagamento de indemnizações a passageiros, no total de cerca de 41 milhões de euros, adiantou a TAP, em comunicado. Posteriormente, “foram alcançados acordos sindicais que asseguram a paz social na empresa”, acrescentam.
Em 2018, foi também implementado um programa de pré-reformas e de saídas voluntárias em Portugal, tendo os custos associados a estas saídas sido fixados em 26,9 milhões de euros. O gasto com combustível aumentou, por seu turno, de 580 milhões de euros em 2017, para 799 milhões de euros em 2018.
No período de referência, a TAP registou 134.718 descolagens, o que compara com as 123.687 registas no ano anterior. Em 2018, a frota da companhia aérea também cresceu, passando de 88 em 2017 para 92.
Nos últimos 18 meses, a companhia portuguesa lançou 17 novas rotas que contribuíram para o aumento das receitas do grupo. “Os mercados emergentes não conseguem lançar 17 rotas num ano. É um feito notável para a TAP. Os trabalhadores investiram muito e os frutos vão ser colhidos este ano”, defendeu Antonoaldo Neves. Foi também iniciado, em 2018, um programa de corte de custos, que permitiu poupanças na ordem dos 115 milhões de euros.
No ano de 2018 “resolvemos encarar a realidade como ela é. A TAP tinha uma deficiência grande do serviço ao seu cliente. A TAP não estava entre as empresas com melhor posição da ranking da Star Aliance”, notou o presidente da Comissão Executiva da TAP. De acordo com os dados disponibilizados, a pontualidade da TAP está, atualmente, “consolidada” em 80%, contra os 73% registados em 2018.
// Lusa