As autoridades da Tanzânia confirmaram que os kits de teste usados no país para detetar o novo coronavírus têm defeito, depois de terem dado positivo com amostras de animais e de frutos.
De acordo com a agência Reuters, a iniciativa partiu do próprio Presidente da Tanzânia, John Magufuli, que afirmou que os kits de teste, importados de outros países, tinham “erros técnicos”.
O chefe de Estado pediu às forças de segurança que testassem a qualidade dos kits, tendo estas recebido várias amostras não-humanas, incluindo de cabras, ovelhas e do fruto papaw (rotuladas com nomes e idades de pessoas fictícias).
De seguida, essas mesmas amostras foram submetidas a análise laboratorial, com algumas a darem resultado positivo para a doença de covid-19. O Presidente considera que estes resultados mostram que provavelmente muitas pessoas testadas no país não estavam, de facto, infetadas.
“Passa-se alguma coisa. Já tinha dito que não devíamos aceitar toda a ajuda que, supostamente, é para o bem da nação”, afirmou Magufuli, acrescentando que estes kits devem ser investigados.
Recorde-se que, apesar de alguns animais já terem testado positivo para o novo coronavírus, não há ainda consenso científico sobre como a doença os afeta.
Até agora, a Tanzânia já registou 480 casos de infeção e 17 mortes, avança a Reuters, mas, tal como muitos outros países africanos, o balanço não é atualizado todos os dias.
Entretanto, o chefe de Estado anunciou que já enviou um avião para recolher a bebida Covid-Organics promovida pelo homólogo de Madagáscar, um chá com alegadas propriedades curativas da doença, mas que ainda não foi cientificamente testada.
Coronavírus / Covid-19
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