Tancos. Tribunal de Santarém obriga Joana Marques Vidal a depor presencialmente

António Cotrim / Lusa

A ex-procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal

O juiz Nelson Barra do Tribunal de Santarém recusou o pedido de Joana Marques Vida, que terá de depor presencialmente no âmbito do julgamento do roubo aos paióis de Tancos.

A ex-Procuradora-geral da República Joana Marques Vidal queria testemunhar por escrito no caso do roubo de armas dos paióis de Tancos, uma vez que também o fez durante a fase de inquérito.

A magistrada tinha evocado a sua qualidade de Procuradora-geral Adjunta para não ter de ser ouvida presencialmente.

Contudo, de acordo com o semanário Expresso, o juiz Nelson Barra anunciou esta quinta-feira a sua decisão de não permitir que a ex-Procuradora-geral da República deponha por escrito, que teve a aprovação do Ministério Público (MP).

Assim, Joana Marques Vidal terá mesmo de testemunhar pessoalmente no dia 23 de março, no Tribunal de Santarém.

Joana Marques Vidal decidiu que o roubo seria investigado pela PJ civil – e não pela PJ Militar -, alto que nunca foi aceite por esta força, por isso, segundo a acusação, os seus mais altos responsáveis concordaram com a ação clandestina que permitiu o achamento do armamento e a sua recuperação.

Depois de o material ter sido recuperado, e depois de se ter percebido que o Ministério Público (MP) tinha sido deixado às escuras pela PJ Militar, Joana Marques Vidal telefonou ao diretor da PJM, o arguido Luís Vieira, manifestando o seu profundo desagrado.

O processo de Tancos tem 23 arguidos, dez arguidos respondem por associação criminosa, tráfico e mediação de armas e terrorismo, pelo alegado envolvimento no furto do armamento e os restantes 13, entre eles Azeredo Lopes, dois elementos da PJM e vários militares da GNR, sobre a manobra de encenação da recuperação do material ocorrida na região da Chamusca, numa operação que envolveu a PJM, em colaboração com elementos da GNR de Loulé.

Maria Campos, ZAP //

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