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Já há supermercados a limitar venda de alimentos devido ao excesso de procura

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Os supermercados Continente, Makro, Mercadona e Pingo Doce estão a racionar a venda de garrafas de óleos alimentares por cada cliente. Uma medida tomada devido ao excesso de procura por estes produtos numa altura em que estão em causa as importações da Ucrânia.

As notícias dando conta da possível emergência alimentar, com o racionamento de alimentos, devido à guerra na Ucrânia, levou muitos portugueses a correrem para os supermercados.

A procura por óleo de girassol, bem como por outros óleos alimentares, destaca-se pelo facto de a Ucrânia ser o país de origem da maior parte das importações portuguesas deste produto.

Assim, vários supermercados viram-se obrigados a condicionar as vendas, limitando os produtos comprados por cada cliente. São os casos dos supermercados do Continente, da Makro, da Mercadona e do Pingo Doce.

“Devido ao aumento acentuado na procura de óleo alimentar informamos que a venda do produto está limitada à venda de três unidades por cliente. Compre apenas o que necessita”, informa-se nas lojas do Continente.

Este racionamento está a ocorrer devido à compra de “quantidades inusitadas do produto”, como refere ao Público o director-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier.

“A procura de óleo de girassol disparou de tal ordem que uma loja que vendia 40 garrafas por dia passou a vender 400“, explica este responsável.

“Parece que, de repente, as pessoas passaram a beber óleo de girassol“, lamenta ainda Gonçalo Lobo Xavier.

O líder da APED admite que “há produtos que estão sob enorme pressão nos últimos meses”, nomeadamente os que “estão intimamente ligados a matérias-primas, como os cereais”, já que a Ucrânia “era uma espécie de celeiro da Europa”.

A situação de racionamento na venda dos óleos alimentares também se verifica noutros países europeus, como Espanha, Itália e Alemanha.

Mas, em Itália, além do óleo de girassol, já há supermercados a racionar a venda de farinha e, em Espanha, há limitações na venda de massas alimentares.

Costa: “Não haverá falta de nenhum bem essencial”

“Neste momento, não corremos o risco de ficar sem produtos nas prateleiras“, garante ao Observador Gonçalo Lobo Xavier, embora assumindo que há “preocupação” devido a estarmos “muito dependentes da Ucrânia” quanto ao fornecimento de algumas matérias-primas.

O primeiro-ministro António Costa garantiu, na sexta-feira, que “não haverá falta de nenhum bem essencial”. “Há reservas para assegurar que não haverá escassez”, prometeu, mas admitiu que a subida de preços de alguns bens é inevitável devido ao arrastar da guerra na Ucrânia.

Também Gonçalo Lobo Xavier não espera que haja “falhas na disponibilização de bens essenciais nas nossas prateleiras”, como diz ao Público.

“A Europa está à procura de soluções alternativas para suprir as dificuldades de ausência de matéria-prima da Ucrânia, ou que passavam por este país”, nota o líder da APED.

Este responsável fala também do aumento contínuo dos combustíveis, pedindo medidas ao Governo. “Corremos o risco de termos produtos e não termos transportes para os levar aos entrepostos comerciais”, avisa.

ZAP //

9 Comments

  1. Afinal, o aumento do autovoucher de 5€ para 20€, no mês de março, é uma falácia. O valor atribuído e transferido para as contas dos consumidores é de 15€!

      • Isso para quem se consegue registar. No meu caso só ao fim de sei lá quantas tentativas é que me enviaram código SMS. Agora a password não funciona. Já tentei fazer reset mas o email nunca mais chega.
        É para ver se a malta desiste…

    • Para quem meteu a 1a. vez no mês gasolina antes do anúncio do ministro das finanças recebeu 5€, 2 dias depois. E quem meteu gasolina a 2a. vez no mesmo mês recebeu 15€, 2 dias depois. Exemplo do que aconteceu comigo.

  2. Procura ou açambarcamento?
    Lembram-se no início do COVID que o excesso de procura esgotava o papel higiénico?
    Pelo menos este não tinha prazo de validade…
    Em situações de crise é humanamente entendível a preocupação de algumas pessoas em assegurar bens alimentares essenciais, mas não se esqueçam que essa procura feita por medo, ganância ou outra motivação, sempre beneficiou os grandes grupos económicos quer pelo aumento das margens de lucro, quer para limpar stocks. Na guerra e nos medos generalizados, sempre houve quem criasse grandes fortunas. E nunca foram, de certezinha absoluta, os “zés povinho” e vão continuar a não ser.

    • «Em situações de crise é humanamente entendível a preocupação de algumas pessoas em assegurar bens alimentares essenciais…»

      Bens alimentares essenciais… Óleo de girassol???

      Os tugas estão cada vez mais parvos. Minha nossa!!!!

  3. Não passa tudo de mais uma manobra, à semelhança do Covid, para satisfazer os grandes interesses instalados.
    Ainda ontem saiu uma notícia sobre a taxa de lucro altíssima que as grandes empresas tiveram durante a fase de confinamentos da fraudemia Covid.

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