Pelo menos oito pessoas morreram e centenas foram hospitalizadas com problemas respiratórios no Médio Oriente devido a uma tempestade de areia que está a afectar nomeadamente campos de refugiados sírios.
As nuvens de areia ensombraram esta terça-feira, pelo segundo dia consecutivo, o céu de uma grande parte do Líbano, Síria, Israel, territórios palestinianos e Chipre.
Até agora, a Síria parece ser o país mais afectado, com seis mortos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
“Quatro morreram em Deir Ezzor, entre os quais uma criança e uma mulher idosa, uma criança morreu na província de Hamas e outra pessoa em Deraa (sul)”, precisou o director da organização não-governamental sediada em Inglaterra, Rami Abdel Rahman.
“Uma morreu na segunda-feira, a outra, esta terça”, disse o ministro da Saúde libanês, Wael Bu Faur, citado pela agência de notícias francesa, AFP.
“O número de casos de asfixia e de problemas respiratórios causados pela tempestade de areia ascendeu a 750”, acrescentou o ministro.
Anunciando o “estado de alerta”, as autoridades pediram às “pessoas que sofrem de asma, alergias e doenças cardiovasculares e pulmonares crónicas, bem como às pessoas idosas, às crianças e às grávidas que fiquem em casa” ou usem máscaras se tiverem de sair. A polícia distribuiu máscaras pelas ruas.
Esta tempestade deverá baixar de intensidade a partir desta quarta-feira à noite, segundo os serviços de meteorologia.
Vinda do norte do Iraque, ela é considerada excepcional pela sua “densidade” para este período do ano.
“Habitualmente, o Khamsin, vento de areia escaldante que sopra na região, atinge duas ou três vezes por ano o Líbano, mas é durante a primavera, em Março e em Abril”, explicou Muin Hamzé, o secretário-geral do Centro Nacional de Investigação Científica libanês.
A tempestade de areia está a afectar em partícular os refugiados sírios que vivem em campos miseráveis, na região de Békaa.
Na vizinha Síria, a tempestade teve impacto sobre a guerra, já que “paralisou os aviões do regime”, que só efectuaram muito poucos ataques aéreos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Em Mayadin, cidade do leste controlada pelo grupo extremista Estado Islâmico, os hospitais já não podiam receber mais doentes devido à falta de garrafas de oxigénio, indicou o OSDH.
Também Israel e os territórios palestinianos foram afectados pela tempestade, que provocou um aumento da poluição atmosférica em Jerusalém, na região do Neguev e noutras localidades.
Segundo o ‘site’ de informações israelita Ynet, voos domésticos entre Telavive e Eilat, no sul, foram perturbados e alguns mesmo cancelados.
Os hospitais da Cisjordânia trataram dezenas de doentes vítimas de dificuldades respiratórias, indicou o ministério da Saúde palestiniano.
A ilha mediterrânica de Chipre, próxima da costa síria, ficou também coberta por uma nuvem de poeira, acompanhada de temperaturas em volta dos 40 graus centígrados.
As escolas receberam ordens para manter as crianças nas salas de aula e os hospitais foram colocados em estado de alerta.
No total, 24 aviões foram afectados pela tempestade de areia.
Durante a manhã, aqueles que deviam aterrar ou descolar do aeroporto internacional de Larnaca, no sul do país, foram redirecionados para o de Paphos, mais a ocidente, segundo responsáveis aeroportuários.
Tendo em conta as condições meteorológicas excepcionais, o Governo ordenou a transferência dos refugiados sírios resgatados no domingo ao largo da ilha para um acampamento com tendas para um campo difícil.
/Lusa
Espero que faça voar para bem longe o Estado Islâmico e que “aterrem” numa vala para não darem mais que falar.