Mais de 65% dos suíços recusaram hoje a imposição de um limite aos salários mais elevados, num referendo organizado sobre o assunto, oito meses depois de terem aprovado a obrigação de fixar o valor das remunerações.
Dois em cada três suíços (65,3%) disseram hoje “não” ao texto do referendo, criticado pelo Governo e pelos meios económicos que consideram que a limitação dos salários altos trava a prosperidade económica e a atratividade do país.
O texto, apresentado pelos Jovens Socialistas suíços, foi intitulado ‘iniciativa 1:12’ e exigia que a diferença salarial dentro da mesma empresa se situasse num limite de um a 12, ou seja, que o salário mais elevado não ultrapassasse em 12 vezes o valor do salário mais baixo.
O referendo tinha como alvo os altos vencimentos dos patrões das multinacionais instaladas na Suíça, que ascendem a dezenas de milhões de francos suíços e que são frequentemente denunciados pela esquerda.
Em março último, o povo suíço aprovou também por referendo a iniciativa Minder sobre as remunerações abusivas, que vai entrar em vigor dia 01 de janeiro 2014 e que obriga, sem exceção, os conselhos de administração das empresas a fixar os salários, o que antes não era obrigatório, embora não estabeleça limites.
Os eleitores suíços voltam a ser chamados a votar sobre os salários em 2014. Desta vez, respondem a uma iniciativa, lançada pela União Sindical Suíça (USS), que exige que o salário mínimo mensal seja de 4.000 francos suíços (3.333 euros) por 42 horas de trabalho semanal.
/Lusa