A economia suíça, forte e diversificada, deverá resistir à crise que se avizinha. Com a fronteira com o norte de Itália, o país agiu cedo e prepara-se agora para revitalizar a economia.
A tempestade ainda não passou, mas as prioridades da Suíça já mudaram: com o desconfinamento já na segunda de três fases, a prioridade agora é a recuperação da economia.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que o PIB da Suíça diminua 6% em 2020, enquanto que a Secretaria de Estado dos Assuntos Económicos estima uma queda de 6,7%. Ainda assim, as previsões são melhores do que para muitos países europeus. Para Portugal, por exemplo, a estimativa do FMI é de uma quebra de 8% do PIB.
A crise que se avizinha não vai ser uma tarefa fácil de superar, mas Gregor Zemp, secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Suíça em Portugal, admite que a economia tem duas grandes vantagens que vão ajudar o país a reerguer-se.
A primeira é “a competitividade da nossa economia, que permitirá uma retoma mais rápida”, e a segunda é “a dívida pública ter-se situado ao longo dos últimos dois anos em cerca de 30%, portanto, num valor mais baixo do que em muitos outros países”.
Para o secretário-geral, “com os cofres mais abastecidos combate-se a crise com mais facilidade”, logo “países, empresas e até pessoas que tiverem a liquidez necessária conseguirão ultrapassar este período com as receitas afetadas e investir na adaptação às novas circunstâncias, até o mercado se normalizar”.
À semelhança de outros países, há setores que vão perder mais do que outros. É o caso do turismo, que conta para 3% das receitas diretas da economia suíça, e das “empresas de trading, sobretudo de matérias-primas, das quais a Suíça tem várias com peso internacional”, explica Gregor Zemp, citado pelo Diário de Notícias.
As PME (cerca de 99% das empresas suíças) também deverão ficar prejudicadas, uma vez que “dependem fortemente da exportação”.
Segundo Zemp, quem sai a ganhar “é o cluster Life Science (química/farmacêutica, biotech, medtech), particularmente o setor farmacêutico, em que empresas como uma Roche, com um longo historial de desenvolvimento de produtos, neste momento estão a trabalhar arduamente no desenvolvimento de medicamentos e/ou de uma vacina contra o vírus”.
Os seguros ou o setor financeiro também são afortunados, “uma vez que a Suíça continua a ser considerada segura e estável, um “porto seguro” para os tempos de tempestade”.
O Governo já anunciou uma ajuda de emergência da ordem dos 60 mil milhões de francos suíços, mais de 56 mil milhões de euros, para travar as consequências económicas e sociais da pandemia de covid-19.
Apesar de a ajuda não ser suficiente para fazer face às perdas colossais, a economia do país deverá sobreviver por ser tão “diversificada e forte”, argumentou o embaixador André Regli, citado pelo mesmo jornal.
Zemp traça um paralelismo com Portugal, destacando que, nesta altura, “é interessante constatar que em países com uma governação mais humilde e democrática, como a Suíça e Portugal, o combate à crise tem sido mais bem-sucedido”.
“Em países com uma governação mais autocrata e até arrogante, como os EUA, a Rússia ou o Brasil, e no início também o Reino Unido, o vírus conseguiu causar mais prejuízo, com mortes e consequências económicas mais dramáticas”, acrescentou.
“Esperamos que os governos da Suíça e de Portugal continuem com esta forma humilde, consequente e pragmática a combater esta crise”, rematou o secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Suíça em Portugal.
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Exacto….
“economia forte e diversificada” ou como se costuma dizer: esconder (e ajudar a desviar) dinheiro/ouro de ditadores, de corruptos e de criminosos em geral!…