Seis militantes disputam na próxima sexta-feira a liderança do PSD/Madeira, uma luta para suceder a Alberto João Jardim num cargo que ocupa há quase quatro décadas, o que acontece pela primeira vez na vida do partido na região.
Ao longo dos anos, Jardim foi um líder incontestado pelas hostes sociais-democratas madeirenses que comandava com “mão de ferro” e apenas o ex-presidente da câmara do Funchal, Miguel Albuquerque, em rota de colisão com o carismático presidente, ousou disputar com ele umas eleições internas, das quais saiu derrotado apenas por pouco mais de uma centena de votos, em novembro de 2012.
Várias vezes Alberto João Jardim anunciou que iria abandonar o cargo, mas acabou sempre por decidir “voltar atrás”, anunciando mais uma recandidatura com a justificação que era necessário preparar a sua sucessão.
Mas parece que não conseguiu, porque durante este mandato, após ter assegurado que “desta vez” estava mesmo de saída, começaram a surgir as intenções da meia dúzia de militantes para ocupar o seu lugar e que se têm vindo a criticar mutuamente na praça pública.
Esta situação demonstra a divisão interna no partido na Madeira e a contestação começou a evidenciar-se logo após o resultado das últimas eleições autárquicas, nas quais o PSD perdeu sete dos 11 municípios que governava no arquipélago.
Candidatos
Quatro dos candidatos são licenciados em direito (Miguel Albuquerque, João Cunha e Silva, Manuel António Correia e Sérgio Marques), um em Finanças (Miguel Sousa) e outro tem o 9º ano de escolaridade (Jaime Ramos).
Em termos profissionais, Miguel Albuquerque (53 anos) exerceu a advocacia e entrou na vida política, foi durante vários anos o presidente da principal autarquia da Madeira, sendo também conhecida a sua paixão pela escrita, a música e as rosas. O ex-autarca declara estar empenhado na “renovação” do partido.
Manuel António Correia (49 anos) sempre trabalhou na administração pública regional, tendo começado no então Instituto de Habitação. Desde novembro de 2000 que é o secretário do Ambiente e Recursos Naturais do executivo insular e defende que “é possível renovar, unir e vencer”.
João Cunha e Silva (56 anos) sempre se dedicou à política e desempenhou, entre outras funções, a de deputado e vice-presidente da Assembleia Legislativa da Madeira. Em 2000 foi escolhido por Jardim para ser o número dois do governo madeirense e diz apresentar aos militantes “um projeto, uma equipa e um líder”.
O cargo de vice-presidente do Governo foi também exercido por Miguel de Sousa (61 anos) entre 1988 e 1992, após de ter sido diretor e, posteriormente, secretário regional dos Transportes e depois do Plano. Atualmente é gestor de um grupo cervejeiro na região e vice-presidente do parlamento regional, e apresenta um projeto de “quatro anos para uma nova Madeira”.
Sérgio Marques (57 anos) também tem experiência governativa, pois desempenhou funções no executivo insular como diretor regional do Planeamento e foi eurodeputado entre 1999 e 2009. “Força para mudar” é o lema do seu projeto.
Quanto a Jaime Ramos (67 anos), é um empresário da construção civil, dirigente da associação do setor na região, e há várias décadas que é secretário-geral e líder parlamentar do PSD/Madeira.
A JSD/Madeira foi a escola de alguns dos candidatos, casos de Miguel de Sousa, Miguel Albuquerque e Cunha e Silva que chegaram a ser os líderes da jota laranja madeirense.
/Lusa