Duas novas sondagens divulgadas este domingo, dia em que se regressou à campanha para o referendo da próxima quinta-feira, colocam em situação de empate técnico os defensores das duas frentes.
Segundo o Diário de Notícias, que cita a agência Reuters, nota-se no entanto um ligeiro crescimento da opção “Remain”, ou seja, o campo que defende a permanência do Reino Unido na União Europeia.
A primeira sondagem, do instituto Survation para o Mail on Sunday, órgão que defende a permanência, dá 45% das intenções de voto a esta opção, enquanto que o voto a favor da saída obtém apenas 42%.
Já a segunda sondagem, do instituto YouGov para o Sunday Times, jornal que defende a saída da UE, dá 44% à permanência e 43% a favor da saída.
Segundo o DN, as duas sondagens foram efetuadas por inquérito telefónico durante a quinta e a sexta-feira da semana passada.
Recorde-se que a campanha para o referendo, que acontece no próximo dia 23, esteve suspensa por causa do homicídio da deputada trabalhista Jo Cox, que defendia publicamente a permanência do país na UE.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que tanto tem batalhado para convencer a população a votar contra o Brexit, respondeu a algumas perguntas em direto para um programa da BBC.
Durante o programa, o chefe do governo considerou que o país sair da comunidade europeia é uma decisão definitiva e que “não há volta a dar”.
Além disso, a antiga secretária de Estado do Reino Unido, Sayeeda Warsi, anunciou que deixou de apoiar a campanha pela saída, por considerar que promove o “ódio e a xenofobia”.
A primeira mulher muçulmana a integrar um governo britânico disse ao jornal The Times que decidiu “deixar a saída” devido a um cartaz, uma imagem de migrantes e refugiados a fazerem fila na fronteira na Eslovénia com a legenda ‘Ponto de rutura’, divulgado pelo líder do partido UKIP, anti-UE, Nigel Farage, na semana passada.
“O cartaz ‘Ponto de rutura’ foi, realmente, para mim, o ponto de rutura, que me levou a dizer ‘Não posso continuar a apoiar isto'”, disse Warsi.
“Estamos preparados para dizer mentiras, espalhar o ódio e a xenofobia apenas para ganhar uma campanha? Para mim isso é ir longe demais”, sublinhou.
França não se importa de ver Inglaterra sair
A poucos dias do referendo sobre a saída ou permanência do Reino Unido na União Europeia, estudos mostram que a França é o país do bloco com a maior proporção de cidadãos a favor do Brexit.
Uma série de inquéritos realizados entre abril e junho mostram que entre 32% e 41% da população francesa encara uma saída do Reino Unido da UE como algo positivo.
“Isto é revelador da relação entre a França e a Europa hoje e da relação entre a França e o Reino Unido desde sempre”, disse Dominique Moisi, do Instituto Francês de Relações Internacionais.
O mais recente estudo do Pew Research Center dá conta de uma opinião generalizada em toda a Europa de que o Brexit seria negativo para a UE, um sentimento particularmente reforçado na Suécia, Holanda e Alemanha.
“A França é o único país onde mais de um quarto do público diz que seria positivo para a UE se o Reino Unido saísse”, indica o estudo.
ZAP / Lusa
Brexit
-
18 Agosto, 2020 UE e Reino Unido em nova ronda negocial com o tempo a expirar
-
16 Junho, 2020 Boris confiante de que é possível um acordo com UE em julho