A petrolífera angolana Sonangol anunciou hoje em comunicado uma descoberta “à escala internacional” no pré-sal das águas profundas angolanas.
Em comunicado enviado à agência Lusa, a Sonangol e a norte-americana Cobalt, operadoras do bloco 20, referem que, durante um teste, o poço Lontra “produziu um fluxo estável de 2.500 barris de condensados por dia e 39 milhões de pés cúbicos de gás em igual período”.
“O poço de exploração Lontra perfurou até uma profundidade total de mais de 4.195 metros e penetrou aproximadamente 67 metros de espessura útil, de um reservatório de muito boa qualidade. A descoberta foi de um volume significativo de líquidos no intervalo de gás e um intervalo de petróleo bruto”, lê-se ainda no comunicado enviado à Lusa.
A Sonangol e a Cobalt acrescentam que para avaliar o potencial do reservatório descoberto vão ser necessários mais poços de exploração e avaliação, assim como testes adicionais.
Todavia, as duas empresas garantem que o poço Lontra “é uma descoberta à escala internacional” e que o reservatório contém mais gás natural do que o previsto.
A Sonangol é a concessionária do bloco 20, e a Cobalt, com 40%, é a operadora, enquanto a Sonangol Pesquisa e Produção e a BP, repartem os restantes 60 por cento.
No comunicado enviado à Lusa, e conforme os termos contratuais estabelecidos, a Sonangol acrescenta que “está a estudar as melhores opções para o desenvolvimento e monitorização do gás natural encontrado”.
O comunicado enviado hoje à Lusa vem na sequência do anúncio pela Cobalt, no passado dia 30 de outubro, da descoberta de petróleo e gás nos poços Lontra e Mavinga, mas sem referência ao valor comercial dos recursos encontrados e hoje referenciados como sendo “à escala internacional”.
A Sonangol anunciou recentemente que ao longo de 2014 vai proceder ao lançamento de um leilão de mais 10 blocos para exploração de petróleo.
O processo de licitações está distribuído pela bacia do Kwanza (sete blocos) e bacia do Baixo Congo (três).
Angola é atualmente o segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana, atrás da Nigéria, com cerca de 1,7 milhões de barris/dia e o objetivo confesso é atingir a cifra de 2 milhões em 2017, depois de anteriormente ter sido equacionado o ano de 2015.
O crude representa 97% das exportações e 80% da receita fiscal, mas a indústria petrolífera emprega apenas 1% da população, que já soma mais de 21 milhões, segundo o Banco Mundial, dos quais a maioria vive com menos de 2 dólares por dia, de acordo com os dados das Nações Unidas.
/Lusa