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Soldados russos proibidos de usar smartphones e redes sociais

Os soldados russos a cumprirem missões fora do país deixarão de poder levar consigo smartphones, tablets ou portáteis, proibição a que se junta a interdição de partilharem na Internet fotografias ou informação sobre a sua atividade.

As normas integram uma nova lei, aprovada esta terça-feira pelo parlamento da Rússia com um objetivo simples: impedir que as missões militares se tornem conhecidas, precavendo alegadas falhas de segurança.

Ciente de que as imagens publicadas pelos soldados no Instagram ou no Vkontakte (o equivalente russo do Facebook) e de que as mensagens partilhadas no Twitter e no Facebook permitiram, no passado, que meios de investigação independentes e diferentes organizações seguissem o rasto da atividade militar russa na Síria e na Ucrânia, o Ministério da Defesa apresentou esta proposta de lei, aprovada por 90% dos deputados.

Os militares são de particular interesse para os serviços especiais de diferentes países, organizações terroristas e extremistas”, diz nota acrescentada ao projeto de lei, que menciona especificamente as atividades de soldados russos na Síria.

O Comité de Defesa do país explicou que “agentes externos” empregam informações publicadas nas redes por membros do Exército para analisar não só as atividades das Forças Armadas russas, mas também para “fazer uma avaliação distorcida da política estatal” da Rússia.

De acordo com as medidas previstas, os militares destacados – atualmente cerca de dois milhões –  e qualquer pessoa convocada para participar em manobras fora do país ficam também proibidos de falar com os meios de comunicação.

Desde 2017, já existia uma recomendação oficial para que os soldados não partilhassem nenhum tipo de informação online, indicação que poucos – ou nenhuns – práticos produziu.

Desta vez a norma terá peso de lei, faltando apenas passar na câmara alta e receber a assinatura – dada como certa – do Presidente Putin.

Na semana passada, o governo russo disse considerar fazer um teste de desconexão da Internet do país de servidores estrangeiros. A justificação para o teste, que pode ocorrer em abril, é proteger a Rússia de uma tentativa de proteger-se de um ciberataque global e aferir como poderá censurar os conteúdos a que os russos têm acesso.

ZAP //

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