Tanto médicos como administradores assinalam que a solução não passa pela contratação de mais profissionais. O SNS está pior do que no tempo da troika.
A dotação na área da Saúde presente na proposta do OE2022 é reflexo do esforço “colossal” dos portugueses e por “detrás de cada euro” investido no SNS estão “cuidados, rastreios, profissionais de saúde, investimentos que contribuem para a qualidade de vida e coesão social dos portugueses e das portuguesas”, disse a ministra da Saúde, Marta Temido, na semana passada.
A verdade é que o maior investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) não solucionou todos os seus problemas.
“O Serviço Nacional de Saúde tem cada vez mais dinheiro e os utentes pagam cada vez mais do seu bolso para serem tratados. Como se explica?”, pergunta Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH).
“Assusta-me que após três mil milhões de euros de reforço desde 2015 [ano seguinte ao fim da troika] não vejamos nenhum dos problemas resolvidos. A sangria de profissionais para o privado, maiores copagamentos, serviços sem recursos humanos, urgências fechadas, utentes sem médico ou falta de acesso a medicamentos”, acusa o gestor, em declarações ao Expresso.
“É óbvio que o período de ajustamento foi melhor do que aquele que temos agora. As coisas estão bastante piores”, acrescenta.
A situação de falta de médicos, por exemplo, replica-se um pouco por todo o país. Depois da demissão em bloco de médicos no Hospital de Setúbal, a equipa da Urgência de Psiquiatria do Porto também bateu com a porta.
E no Hospital de Leiria vive-se uma “situação dramática” quando os milhões anunciados para o SNS, através do Orçamento do Estado, são insuficientes para resolver todos os problemas.
A Ordem dos Médicos também apontou problemas “graves” no hospital de Vila Franca de Xira, que incluem a abertura de ala de internamento na garagem, a falta de médicos e a reposição de stock.
Muitos concordam que a proposta de Orçamento do Estado para 2022 comete os erros do passado. A proposta entregue pelo governo prevê mais 703 milhões de euros para o setor da saúde, isto depois do maior investimento no SNS ser uma das principais reivindicações dos parceiros de esquerda.
“O Orçamento para 2020 já era o mais elevado de sempre e o próximo é maior ainda. É impensável ter €13 mil milhões com autorização de despesa total”, sentencia Alexandre Lourenço.
Para o presidente da APAH, a solução não passa por contratar mais profissionais de saúde para o SNS: “Com o modelo de trabalho que temos, os médicos nunca vão ser suficientes. Com o que lhes é oferecido, acabam por sair”.
Todos os profissionais têm a mesma queixa: faltam condições de trabalho e remuneração digna, escreve o Expresso.
Em contrapartida, Alexandre Lourenço sugere que a solução passa por rever o modelo laboral, sem a exclusividade dos médicos no SNS prevista no OE2022.
O retrato do SNS não é famoso. Até setembro, profissionais de saúde realizaram mais de 6 milhões de horas de trabalho extraordinário face ao mesmo período de 2019 — um total de quase 17 milhões de horas a mais.
Além disso, o número de dias de férias por gozar tem-se acumulado abundantemente, avança o JN. De janeiro a setembro, houve 6.657 dias de ausência por conta do gozo de férias no setor da Saúde: metade dos dias tirados em igual período de 2019.
O psiquiatra Pedro Morgado sublinha que as férias e dias de descanso são fundamentais para o restabelecimento das condições físicas e mentais dos profissionais de saúde.
“A narrativa de que os profissionais de saúde são heróis é muito negativa para os próprios, contribui para o aumento das frustrações e da culpabilização por situações sobre as quais não têm responsabilidade”, explica o especialista.
E ainda vai ficar pior, porque quando se acabe o dinheiro este gov diz que não tem condições para governar (como fez o Sócrates, o Guterres e o Soares) e lá vem a direita meter medidas e retirar tudo o que foi prometido sem o dinheiro para pagar as promessas.
Existe o ciclo da vida e existe o ciclo da governação portuguesa, o da vida nós não podemos mudar, o da governação nós não queremos mudar.
Se quer este governo também arranja dinheiro como o Coelhone fez? é só roubar os reformados que ganhavam acima de 500€ e os duodécimos e muito mais era preciso uma escrita de mil páginas para descriminar todos os roubos que nos fez.hája um pouco de vergonha e algum bom senço.
E agora estamos melhores em quê?
De que serve aumentar as reformas e os salários mínimos em 10 ou 100 euros, se depois cobras 200 euros mais em impostos?
Tens o exemplo do combustível, os impostos excessivos no produto e processo fazem aumentar os preços desde a fruta aos pão.
Estamos todos a pagar mais 200 ou 300 euros no dia.