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“SNS não vai ao encontro das necessidades da população”, diz a revista The Lancet

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Portugal é um dos únicos quatro países, entre os 33 países analisados pela Organização Mundial de Saúde, que reduziu a despesa pública de saúde entre 2000-2017, alerta a revista The Lancet no seu editorial publicado a 12 de outubro.

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) português “não vai ao encontro das necessidades de uma parte substancial da população”, conclui a The Lancet, uma das mais prestigiadas revistas médicas do mundo, destacando os equipamentos médicos obsoletos, as más condições de trabalho e a falta de modernização num editorial publicado a 12 de outubro.

De acordo com a publicação, desde a criação do Serviço Nacional de Saúde, houve um progresso “impressionante” nos indicadores de saúde em Portugal – dando como exemplo a diminuição da taxa de mortalidade infantil ou o aumento do esperança média de vida. Segundo o Observador, a revista britânica refere que está a dar-se uma mudança.

“Após a crise económica, os cortes nas despesas públicas trouxeram novos desafios. Segundo a OMS, Portugal é um dos quatro países (dos 33 analisados) que reduziram as despesas em saúde pública entre 2000 e 2017”, lê-se no editorial.

Para a revista, este “investimento em queda está a impedir a modernização de hospitais e a substituição de equipamentos médicos obsoletos”, o que faz com que o setor privado se esteja a “expandir” e que “os trabalhadores do SNS, desencorajados pelas más condições de trabalho”, estejam a “procurar emprego no setor privado e no exterior”.

A publicação alerta ainda que os políticos portugueses “enfrentam desafios em ambas as extremidades da faixa etária: as taxas de pobreza infantil estão acima da média da União Europeia e o envelhecimento da população prejudica a saúde”.

O editorial termina a defender que “o Governo reeleito deve aproveitar esta nova oportunidade para priorizar a saúde e tornar a assistência médica acessível a todos”.

Para o SIM (Sindicato Independente dos Médicos), o alerta está em linha com o que referiu, no sábado, o Presidente da República, acrescenta o Jornal Económico.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que há que esperar para ver “qual a prioridade dada à saúde” no Orçamento do Estado para 2020, apontando este setor como “uma das prioridades sensíveis” para a generalidade dos portugueses.

ZAP //

1 Comment

  1. Eu diria que o SNS está a sofrer um retrocesso em termos de qualidade e quantidade de serviços prestados a População em geral. O recurso a um Medico, é em muitos dos casos, uma questão de vida ou de morte, é inadmissível que o atendimento dado a um Doente seja diferenciado por depender do SNS ou do Sector Privado. Tempo de atendimento reduzido, prescrições de exames e medicamentos com quotas limitadas e tempo de espera para consultas que desafiam qualquer entendimento, levam a que os que mais posses económicas tem se dirigem ao sector privado. Quanto aos restantes, terão que sofrer injustamente desta triste situação !

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