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“O SNS é a nossa prioridade”, garante secretário de Estado da Saúde

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Rodrigo Antunes / Lusa

O secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes

Pelo terceiro dia consecutivo, Portugal contabilizou, esta sexta-feira, mais de dois mil casos de infeção de covid-19. O “SNS está preparado”, garante o secretário de Estado da Saúde.

Na habitual conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia em Portugal, esta sexta-feira, Diogo Serras Lopes, secretário de Estado da Saúde, falou sobre o reforço feito no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O governante destacou a contratação de mais de cinco mil profissionais de saúde, a aquisição de 731 ventiladores e a própria capacidade de testagem que, esta semana, ultrapassou durante vários dias os 30 mil testes diários.

O secretário de Estado também referiu o trabalho feito pela linha SNS24 que, este mês, atendeu mais de 20 mil chamadas por dia, batendo recordes de utilização, “sem o aumento significativo dos tempos de espera”.

Na capacidade de internamento, Serras Lopes garantiu que o “SNS está preparado”, referindo que a percentagem de ocupação de camas global está em cerca de 70%.

Relativamente à aplicação Stayaway Covid, o secretário de Estado afirmou que já foram feitos um milhão e 683 mil downloads e foram inseridos 179 códigos de pessoas infetadas.

Quando questionado sobre a obrigatoriedade proposta pelo Governo, o governante disse que o debate será feito na Assembleia da República. “Aguardaremos o que sairá dessa decisão”.

Distribuição da vacina da gripe

Na mesma conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde adiantou que já foram distribuídas 785 mil doses de vacina para a gripe e acrescentou que, “na próxima semana, chegaremos a um milhão e quatrocentas mil doses”.

Graça Freitas relembrou que, este ano, houve “uma estratégia de reforço da vacinação no SNS”, tendo sido adquirido o “maior número de sempre de doses: dois milhões”.

Esta primeira fase da vacinação foi, preferencialmente, para dois grupos: “pessoas em instituições, sobretudo as mais idosas, mas também da rede de cuidados continuados e os profissionais de saúde e do setor social”. As grávidas também começaram a ser vacinadas nesta fase e continuarão a ser na segunda, que começa já na segunda-feira.

Sequelas nos doentes covid-19

Sobre as eventuais sequelas dos doentes infetados, Graça Freitas disse que começam a surgir estudos, mas há que distinguir duas situações: “as do foro neuromuscular e relacionadas com a perda de capacidade física que podem ter diretamente a ver com a doença covid – ainda não temos a certeza absoluta – ou com o facto de alguns destes doentes terem tidos internamentos prolongados, nomeadamente em unidades de cuidados intensivos”.

Segundo a responsável da DGS, “quem fica em unidades de cuidados intensivos, nomeadamente ventiladas e por períodos longos, independentemente da doença que deu origem a esse internamento, pode apresentar sequelas que muitas vezes não ficam permanentemente”, podendo ser reversíveis, por exemplo, com fisioterapia.

“Os médicos dos hospitais que deram alta a estes doentes acompanham a sua convalescença e vão monitorizando o aparecimento e desaparecimento destas sequelas. É um trabalho normal e é normal que existam estudos descritivos que dizem isso: quantos ficaram com sequelas e o que aconteceu”, acrescenta.

Estagiários de enfermagem vão reforçar equipas

Graça Freitas reconheceu que “existe uma enorme pressão sobre os serviços de saúde pública”. “Estamos com muitos doentes e casos e a investigação epidemiológica implica que a partir de cada caso diagnosticado se vá à procura dos contactos”.

“Os contactos têm de ser divididos em dois grupos: contactos de alto risco, que ficam em isolamento profilático, e contactos de baixo risco. É uma carga enorme de trabalho, para cada doente é preciso uma grande investigação.”

A diretora-geral da Saúde disse que “está a ser feito um reforço das equipas de saúde pública”. “Houve um contacto do Ministério da Saúde com o Ministério do Ensino Superior para que, através das escolas de enfermagem, os alunos dos últimos anos, acompanhados com os professores, possam fazer estágio nestas unidades de saúde pública e receber treino que numa primeira fase é dado pela DGS”.

Quanto ao número de óbitos nos lares de idosos, Graça Freitas afirmou que, desde o início da pandemia, já morreram infetadas com covid-19 860 pessoas: 349 da região Norte, 152 da região centro, 333 de Lisboa e Vale do Tejo, 20 do Alentejo e seis do Algarve.

Público nos eventos desportivos está a ser revisto

Graça Freitas revelou que a DGS está a equacionar o regresso do público aos eventos desportivos como, por exemplo, a Fórmula 1 e o MotoGP.

“A DGS está a rever a sua programação em função da epidemiologia em cada região do país que, como sabem, não é uniforme”, afirmou. “Estamos a ser muito cautelosos”, acrescentou.

Sobre os contactos com o setor privado para apoiar a situação do público, o secretário de Estado disse que “o SNS tem uma relação já longa e profícua com o setor privado e social”, com contactos feitos diariamente.

“Caso seja necessário recorreremos a soluções desse âmbito. De qualquer forma, a prioridade é o reforço do SNS“, declarou.

Graça Freitas sublinhou também que nas autoridades regionais existem “equipas de retaguarda” que podem “ajudar agrupamentos de centros de saúde”.

“Essas equipas, desde o início da pandemia, têm estado em expansão conforme as necessidades. A primeira linha de recrutamento desta expansão têm sido profissionais do próprio agrupamento de outras áreas que são deslocados para este reforço”.

ZAP //

2 Comments

  1. A Data de hoje ´, não consigo adquirir as necessárias vacinas para os meus familiares Idosos na minha habitual Farmácia, como foi o habitual desde a quinze Anos. Diz a Sra. Ministra da Saúde que é mais essencial que nunca que todos sejam vacinados contra o Virus Influenza este Ano, Gostava de saber a razão para tal falta de Vacinas !….. Com o Inverno a porta, é evidente que as baixas humanas vão em crescendo, por falta de meios básicos………..Mas…talvez seja esse “maquiavélico” objectivo !…..

  2. E que tal a prioridade ser a saúde dos portugueses?
    Se o SNS fosse a prioridade, o título do cargo era “Secretário de Estado do SNS”.

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