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Snowden critica falta de liberdade de expressão na Rússia

Svein Ove Ekornesvaag / EPA

A presidente da Academia Norueguesa de Literatura, Hege Newth Nouri (dir), entrega o  Bjornson Prize 2015 a Edward Snowden (no ecran),em cerimónia que decorreu em Molde, na Noruega

A presidente da Academia Norueguesa de Literatura, Hege Newth Nouri (dir), entrega o Bjornson Prize 2015 a Edward Snowden (no ecran),em cerimónia que decorreu em Molde, na Noruega

O ex-consultor informático norte-americano Edward Snowden criticou este sábado as limitações à liberdade de expressão na Rússia, país onde se refugiou e para onde explicou que “nunca teve intenção de ir”.

Alvo de um mandado de captura por ter revelado pormenores dos programas de vigilância eletrónica dos Estados Unidos da América, Snowden falava por videoconferência por ocasião da sua distinção, em Mølde, na Noruega, com o prémio Bjørnson para a liberdade de expressão.

Inquirido sobre a situação dos direitos humanos e, em particular, sobre o controlo da internet pelas autoridades do país onde reside há dois anos, Edward Snowden mostrou-se pessimista.

“É dececionante, é irritante. Esta decisão do Governo russo de controlar cada vez mais a internet, controlar cada vez mais o que as pessoas veem, incluindo alguns aspetos da vida privada, para decidir qual é a forma adequada ou inadequada de expressarem o seu amor uma pela outra, não está apenas totalmente errada como não é o papel de qualquer Governo”, sustentou.

Snowden recordou que residir na Rússia não foi uma escolha sua, mas uma vicissitude.

Nunca tive intenção de ir para a Rússia, esse nunca foi o meu plano. Estava apenas de passagem, em direção à América Latina. Infelizmente, o meu passaporte foi congelado, foi cancelado pelos Estados Unidos”, explicou.

O cidadão norte-americano, que abandonou em maio de 2013 o seu trabalho na ilha do Hawai para fazer revelações ao diário britânico The Guardian a partir de Hong Kong, frisou que a ideia de deixar a cidade chinesa em direção à Rússia lhe foi sugerida pelo fundador da Wikileaks, Julian Assange.

“Penso que a sua intenção era boa. Enquanto editor, ele estava a concentrar-se em primeiro lugar na minha segurança e, tendo uma fonte, interessava-lhe a proteção dessa fonte. Mas o problema é que eu não estava interessado na minha própria segurança, na minha própria proteção”, observou.

“Nunca esperei ser hoje livre, esperava estar na prisão“, acrescentou.

O ex-consultor informático da Agência Nacional de Segurança (NSA) norte-americana criticou todos os governos que ignoraram os seus pedidos de asilo, citando países “na Europa ocidental” – entre os quais a Noruega -, “na América Latina” e o Canadá.

Pedi asilo a 21 países. Mantiveram-se todos em silêncio“, recusando-se a analisar o pedido porque não tinha sido apresentado no seu território. A Rússia foi, aliás, um dos últimos países aos quais apresentei o meu pedido”, sublinhou o cidadão norte-americano.

/Lusa

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