A economia francesa dá sinais de alarme em todos os indicadores e os economistas alertam para “tempos sombrios”, temendo até uma possível “recessão dramática”. E isto pode ser uma má notícia para Portugal.
França teve um impulso no Produto Interno Bruto (PIB) devido aos Jogos Olímpicos no terceiro trimestre de 2024, aumentando 0,4% num trimestre e 1,3% em termos anuais. Mas foi um “salto artificial”, segundo os economistas.
Nos próximos trimestres, teme-se “uma queda acentuada do PIB”, “o que conduzirá inevitavelmente a um aumento maciço do desemprego, mas também dos défices públicos e da dívida”, analisa o economista Marc Touati, presidente da ACDEFI, uma empresa independente de consultoria económica e financeira.
“Não haverá milagre e o desemprego explodirá”
Touati alerta no jornal económico francês Capital que a economia francesa está “em queda livre” com “todas as luzes vermelhas”.
O economista destaca, nomeadamente, a “queda do investimento das famílias e das empresas”, mas também a “crise imobiliária” e a “baixa confiança”.
“Não haverá milagre e o desemprego explodirá”, prevê também, notando que “a destruição de emprego se irá intensificar”.
A “taxa de desemprego ultrapassará em breve os 8,5%, em comparação com os 7,6% em Setembro, segundo o Eurostat”, sublinha ainda Touati.
O objetivo do “pleno-emprego” que foi uma das bandeiras do Presidente de França Emmanuel Macron parece cada vez mais longe.
Um dos problemas do país é a queda do investimento empresarial que registou, no terceiro trimestre de 2024, “o quarto trimestre consecutivo de queda, caindo um total de 3,2%”, analisa ainda Touati.
Excluindo o período de confinamento da covid-19 em 2020, “tal queda em tão pouco tempo não era observada desde a recessão de 2009“, acrescenta o economista.
“Situação económica está a tornar-se catastrófica”
A situação estará já a causar grandes “danos” às empresas francesas, com despedimentos em alguns sectores.
O Auchan é um desses casos, embora, no caso do grupo de supermercados, se trate de uma debilidade financeira que se arrasta há alguns anos.
O Instituto Nacional de Estatística dos Estudos Económicos (Insee na sigla em francês) prevê um crescimento económico de 1,1 % para 2024, o mesmo nível do ano passado.
Ainda assim é uma previsão mais optimista do que a do Observatório Francês das Conjunturas Económicas que avança um crescimento de apenas 0,7%.
“Todos os franceses estão conscientes de que a situação económica em França está a tornar-se catastrófica“, aponta Touati que fala de um “contexto cada vez mais insuportável” para as pessoas, agravado pela instabilidade dos últimos tempos na vida política francesa.
Os números deixam antever “tempos sombrios para a economia francesa”, realça Touati. E podem até indicar “uma recessão dramática e generalizada para o Outono-Inverno de 2024-2025″, acrescenta.
Além disso, vem aí uma espécie de austeridade à francesa com os planos do Governo para poupar 60 mil milhões de euros em despesas públicas no próximo ano.
O Governo de Macron deverá promover drásticos cortes orçamentais que “poderão modificar o comportamento dos actores económicos”, nomeadamente de empresas e famílias, alerta o Insee citado pelo jornal Libération.
E este dado pode ser mais um factor negativo para as previsões de crescimento económico.
Como uma crise em França pode afectar Portugal
Uma recessão económica em França pode ter impactos significativos na União Europeia (UE) e em países como Portugal. Afinal, trata-se de um dos mais importantes e influentes membros da UE.
Assim, pode desacelerar toda a economia europeia como um todo, afectando o comércio e a confiança dos investidores.
A instabilidade financeira francesa também pode levar a uma queda nos mercados financeiros europeus, perturbando as bolsas de valores e as taxas de juro. Isso pode dificultar o acesso ao crédito para empresas e consumidores em toda a UE.
As exportações portuguesas também se podem ressentir, uma vez que França é um importante parceiro comercial de Portugal. Uma recessão levaria a menor procura por produtos e serviços importados do nosso país.
Num cenário de recessão em França, a UE pode igualmente ter de implementar políticas de estímulo económico. Isto levaria a aumentos nos gastos públicos e a ajustes fiscais.
Esse cenário afectaria o orçamento da UE e o dinheiro disponível para os seus Estados-Membros.
Quando se aumentam impostos à bruta, mais tarde ou mais cedo, isto acontece. Ninguém gosta de trabalhar para aquecer.
É bom gerir o país com o dinheiro dos outros, temos de ser inclusivos e manter todos os imigrantes, mas, quando acaba…
Os franceses merecem em nome da xenofobia que tanto se orgulham em preservar.
Quiseram guerra aí está o resultado não será só França e Alemanha vai tudo abaixo
Marc Touati é a bússola que indica sempre o sul.
Quando em 2005 as empresas europeias começaram a fugir para a China e a fazer crescer a economia dos chineses, ninguém quiz saber. Todos engordarem que nem alarves a poupar nos ordenados. Em 20 anos a pujança chinesa ameaça agora a nossa economia. O que vai originar desemprego. Vai também causar dificuldades à própria China que terá de procurar outros mercados para lhes comprar as tretas desde a Temu e do AliExpress, até aos eléctricos da BYD. Daqui a uns anos teremos nós os salários mais baixos e provavelmente os mesmos que nos causaram este desequilíbrio irão regressar, para mais uma vez encherem os bolsos. Somos uns simples joguetes da alta finança. Carne para canhão.