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Sismo na Turquia deixou em lágrimas um goleador português que muitos portugueses não conhecem

Erdem Sahin / EPA

Marco Paixão é um dos portugueses que vivem na Turquia. O futebolista ficou “em choque” e tentou logo falar com Rúben Ribeiro.

É mais um relato que preferíamos não partilhar. Embora este não esteja nos mais dramáticos sobre os sismos que abalaram Turquia e Síria e que já provocaram mais de 5 mil mortos.

Marco Paixão é um dos portugueses que vivem na Turquia porque joga no Altay, da segunda divisão nacional.

Nesta segunda-feira, dia dos sismos, acordou e ia treinar sem saber o que tinha acontecido. Quando a esposa lhe contou, ficou “em choque”.

“Vi que tinha afetado Hatay, onde está o Rúben Ribeiro, e entrei em contacto com ele. Respondeu-me que estava bem, mas estava a tentar encontrar os companheiros de equipa”, contou, no portal zerozero.

Marco admite que lhe “deu muita vontade de chorar” porque já vive na Turquia desde 2018 e ganhou “apreço gigante” pela população local.

“Dói muito ver aquilo que vocês estão a observar em Portugal: prédios a caírem, destroços… Nem tenho palavras”.

A zona onde o futebolista mora, Izmir, não foi afectada. “Ainda assim, as pessoas estão com a moral em baixo e isso nota-se em todo o lado. Fomos treinar mas nem tínhamos vontade para tal. É muito difícil colocar cá para fora aquilo que sentimos”.

Mesmo não tendo sido afectado desta vez, Marco tem noção de que está em perigo: “Há uma possibilidade gigante de isso suceder. Quando vives numa cidade em que isso é uma constante, tens de rezar para que não aconteça contigo. É impossível ultrapassar os danos que isto traz”.

Goleador desconhecido

Marco Paixão tem 38 anos e está fora de Portugal há 17 anos. Ou seja, só passou praticamente metade da sua vida no país natal.

Nascido e formado no Sesimbra, ainda passou pelo FC Porto (equipa B), mas em 2006 foi para Espanha, onde jogou por Guijuelo, Logroñés e Cultural Leonesa.

Depois jogou na Escócia pelo Hamilton, mudou-se para Irão e Chipre (Naft Tehran e Ethnikos Achnas ); mais tarde estabeleceu-se na Polónia, pelo Slask Wroclaw e Lechia Gdansk, com passagem pelo Sparta Praga (República Checa) pelo meio. É jogador do Altay desde 2018.

No entanto, mais do que os muitos (12) clubes que representou, destacam-se os muitos golos que já marcou.

27 golos numa época ainda na Polónia, 15 no Chipre, 13 em Espanha. E, só no actual clube Altay, marcou 77 golos nas três primeiras temporadas; uma média de quase 26 golos por época, já depois de ter 34 anos.

Ao longo da última década, o avançado apontou 162 golos. Só nesta temporada, que ainda vai a meio, já marcou 13 golos em 20 jogos.

Não, nunca o vimos na selecção nacional. Por um lado, adeptos e comentadores pediram a sua presença, noutros tempos; por outro lado, houve quem argumentasse que estes números foram conseguidos sempre em equipas médias, ou mesmo de segunda divisão.

ZAP //

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