/

SIRESP arrasa Governo e acusa executivo de não cumprir contratos

Nuno André Ferreira / Lusa

Bombeiros tentam combater o fogo em São Pedro do Sul, Viseu

O presidente do conselho de administração do SIRESP enviou uma carta ao ministro da Administração Interna a criticar o relatório técnico encomendado pelo Governo para apresentar soluções para as comunicações de emergência.

Numa missiva de cinco páginas, Pedro Bonifácio Vítor, presidente do conselho de administração do SIRESP, acusa o Governo de não cumprir os contratos estabelecidos com a rede de emergência e critica o relatório encomendado para arranjar soluções tecnológicas para as comunicações de emergência.

A carta enviada a Eduardo Cabrita menciona informação sensível citada na comunicação social, transcrições de textos sem referências, sugestão de investimentos de grande risco, contratos não cumpridos, dívidas por pagar, entre outros.

Tudo isto porque Bonifácio Vítor, de acordo com a TSF, não gostou das sugestões do grupo de trabalho nomeado pelo Governo para oferecer soluções para o SIRESP. Para agravar a situação, foram divulgadas informações confidenciais do relatório na comunicação social.

O relatório encomendado pelo Governo acusa o SIRESP de se mover por “interesses privados e por uma lógica comercial de obtenção de lucro”. Em resposta, o presidente da empresa relembrou que sempre cumpriu a sua parte dos contratos — algo que nem sempre se verificou da parte do Governo. Além disso, é referida uma dívida que em 2011 era de 12 milhões de euros e, em dezembro, já rondava os 22,8 milhões.

O grupo de trabalho do Governo sugeria uma nova rede de transmissão por feixes hertzianos, algo que Pedro Bonifácio Vítor rejeita categoricamente. “A estimativa de custos não é justificada nem contabiliza custos de exploração, baseando-se em termos pouco objetivos”, justifica o presidente do SIRESP.

Apesar dos seus 13 anos de experiência, os técnicos responsáveis pelo relatório não pediram a opinião de Bonifácio Vítor — “situação que não se compreende“, realça. A carta refere ainda pormenores técnicos relativos a transcrições integrais de textos no relatório sem a devida referência bibliográfica.

Alexandre Fonseca, presidente da Altice Portugal diz que o relatório demonstra “ignorância” e um “profundo desconhecimento” da realidade do país. No entanto, Carlos Salema, presidente do grupo de trabalho responsável pelo relatório garante que as soluções oferecidas pela sua equipa são “muito mais seguras” do que as que a Altice tem apresentado.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.