Durante os incêndios que assolaram Leiria, o SIRESP teve “falhas constantes” que obrigaram os bombeiros a utilizar sistemas alternativos para comunicar.
O Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) teve “falhas constantes” durante os incêndios em Leiria, segundo vários testemunhos ouvidos pela Rádio Renascença.
A maioria das falhas esteve relacionada com a sobrecarga da rede. Se em alguns casos foi possível contornar estas falhas através de telemóveis e rádio, noutros casos as comunicações estiveram mesmo interrompidas durante longos períodos de tempo.
Por exemplo, o comandante da corporação de bombeiros voluntários de Alvaiázere foi obrigado a enviar relatórios de ponto de situação para o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) via email.
“Não tinha SIRESP. Não sabia se a minha mensagem chegava ao CDOS ou se eles comunicavam comigo, porque eu não os conseguia ouvir. Portanto, pontos de situação, que são uma ferramenta tão importante para a atualização de um teatro de operações, fi-los muitas vezes por email”, disse Mário Bruno à Renascença.
“Ao falhar deixa-nos completamente entregues a nós próprios, porque não conseguimos muitas vezes solicitar a ajuda de outra corporação, de outro veículo que está ao nosso lado. Muitas das vezes é aflitivo. Nós quase que gritamos ao rádio, porque pensamos que nos estão a ouvir e não estão. E isso cria-nos muitos problemas na operação”, acrescentou.
O caso dos incêndios em Alvaiázere não é único. O 2.º comandante dos bombeiros voluntário de Ansião relatou problemas semelhantes. Na altura, foi-lhe explicado que as falhas ocorriam devido a uma sobrecarga da rede.
“Ok, óbvio. Mas uma rede de emergência tem de ter capacidade de resposta quando está sobrecarregada, se não, não vale a pena ter essa rede”, lamentou.