Os misteriosos episódios que causaram lesões cerebrais em espiões, diplomatas e soldados norte-americanos somam agora mais de 130 pessoas lesadas.
Tudo começou há cinco anos, quando um grupo de diplomatas norte-americanos, que trabalhavam em Cuba e na China, começou a enfrentar sérios problemas de saúde.
De acordo com o The New York Times, os ataques continuaram em todo o mundo, incluindo na Europa. Desde dezembro, três agentes da CIA revelaram ter sofrido sintomas graves depois de terem realizado missões no estrangeiro, e exigiram receber tratamento ambulatório no hospital militar Walter Reed, em Washington.
Num caso particular, que não foi relatado anteriormente, um oficial militar a servir no exterior teve de parar o carro num cruzamento, depois de ter sentido fortes dores de cabeça e náuseas. O filho de 2 anos, sentado no banco de trás da viatura, começou a chorar.
Assim que se afastou do cruzamento, as náuseas pararam quase de imediato e a criança acalmou-se. Ambos receberam tratamento médico, mas não está claro se sofreram efeitos debilitantes de longo prazo.
A Administração Biden ainda não conseguiu determinar o culpado pelos episódios, nem se constituem ataques estrangeiros.
Apesar disso, alguns funcionários do Pentágono acreditam que a agência de inteligência militar da Rússia, a GRU, está por trás deste caso, que envolve um menino de 2 anos. Além disso, revela o NYT, surgiram outras evidências que apontam o dedo à Rússia.
Ainda assim, as agências de inteligência não concluíram qualquer causa ou se está envolvido qualquer poder estrangeiro nos misteriosos episódios, também conhecidos como “Síndrome de Havana”.
A Rússia continua a negar qualquer envolvimento.
No mês passado, o Congresso exigiu mais esforços por parte da CIA numa reunião à porta fechada, em que o Comité de Inteligência do Senado acusou a agência de fazer muito pouco para investigar os episódios e de mostrar, até recentemente, ceticismo.
É de salientar que, durante a Administração Trump, alguns membros da agência disseram que havia poucas provas que apoiavam a teoria de que a responsável pelo fenómeno seria uma potência estrangeira, argumentando que não fazia sentido para a Rússia ou outro serviço de inteligência estrangeiro fazer este tipo de ataques contra norte-americanos.
Outros duvidaram da causa das lesões cerebrais.