Fim das negociações. Sindicatos dos médicos pedem intervenção de Costa

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Os sindicatos dos médicos indicaram que a ministra da Saúde não apresentou qualquer matéria para que as negociações continuassem, tratando-se, por isso, do fim das negociações com o Ministério.

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha, apelou à intervenção do primeiro-ministro para resolver as exigências dos profissionais, indicando que terminaram esta terça-feira as negociações com a ministra da Saúde.

Os sindicatos médicos estiveram reunidos com Marta Temido no Ministério da Saúde em Lisboa, depois de na semana passada terem realizado dois dias de greve nacional.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral do SIM indicou que a ministra da Saúde não apresentou qualquer matéria para que as negociações continuassem, tratando-se, por isso, do fim das negociações com o Ministério.

“Vamos renovar o apelo à intervenção do primeiro-ministro. Lamentavelmente, esta é uma atitude que os sindicatos não queriam tomar. Nunca a tomámos, nunca a fizemos, mas não poderíamos continuar a colaborar numa manifestação de propaganda e uma farsa objetiva desta ministra da Saúde”, afirmou.

“Fazemos um apelo ao Governo, ao primeiro-ministro e ao ministro das Finanças. Se quiserem resolver o problema, que nos apresentem por escrito uma negociação clara antes das eleições. Se não não vale a pena estarmos aqui a perder tempo e a contribuir para uma farsa que tem sido muito nefasta para nós médicos, para os utentes e para o Serviço Nacional de Saúde”, afirmou João Proença, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), à saída da reunião, ouvido pela SIC Notícias.

Temido afirmou a disponibilidade para continuar a negociar com os sindicatos, garantindo que o “Ministério não atira toalhas ao chão” e rejeitando a ideia de que se trata de propaganda ou uma farsa.

A governante remeteu para “as agendas preparatórias” das reuniões negociais anteriores, afirmando que houve pontos que foram sendo resolvidos, rejeitando as acusações e considerando que “não é a realidade” do momento atual nem do início da legislatura.

A governante afirmou que ainda havia “pontos em cima da mesa” para discutir e reiterou a disponibilidade para um consenso, que considerou “distinto de uma parte fazer prevalecer a sua opinião”.

Os sindicatos “entenderam que já não era aceitável” continuar a negociar e saíram da reunião, apesar de a tutela ter previsto outras reuniões para julho e setembro. Da sua parte, mantém-se a “disponibilidade para trabalhar com as populações e reforçar o Serviço Nacional de Saúde”.

Os médicos exigem que todos os portugueses tenham médico de família, lutam pela redução das listas de utentes dos médicos e por mais tempo de consultas, querem a diminuição do serviço em urgência das 18 para as 12 horas, entre várias outras reivindicações, que passam também por reclamar que possam optar pela dedicação exclusiva ao serviço público.

No pré-aviso da greve de 2 e 3 de julho, que coincidiu com a greve dos enfermeiros, os médicos pediam ainda a negociação de uma nova grelha salarial, que indicam que já devia ter ocorrido em Janeiro de 2015.

ZAP // Lusa

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5 Comments

  1. Como é possível manterem esta classe, que se intitula por Dr quando Dr não existe legalmente em lado algum, com tantos privilégios? Será que as pessoas sabem que um médico em início de carreira ganha quase tanto como um Professor Universitário Doutorado? Será que as pessoas sabem que médicos que trabalham em USF’s Modelo B ganham cerca de 5000 mil euros mensais a trabalhar 40 e, em alguns casos, 38 horas semanais? O rídiculo é que estes médicos de USF Modelo B chegam a ganhar mais do que médicos especialistas que trabalham em hospitais! Será que as pessoas sabem que os enfermeiros, com cursos de 3 anos mais um de estágio, chegam a ganhar mais do que professores colocados a 300 kms da sua casa? E já não falo no facto de muitos desses enfermeiros trabalharem em vários locais! Será que as pessoas sabem que muitos enfermeiros, que trabalham em USF’s, se acham tão especiais que se recusam a usar os carros das USF’s, quando estão disponíveis, para ir a casa dos doentes fazer domicilios e que usam táxis para esse efeito? Existem muitos taxistas a levar bem a vida com os domicilios! Claro que esses enfermeiros alegam que os taxistas conhecem melhor o local facilitando, assim, as deslocações aos domicilios! Estou certo que os enfermeiros não sabem o que são GPS’s! Muitas das vezes os domilicilios que têm que fazer ficam a excassos kms da USF onde trabalham. Se bem me recordo, quando os professores do ensino primário, básico e secundário exigiram a reposição do tempo de serviço que lhes foi roubado, deu jeito falarem que essa medida custava cerca de 800 milhões de euros, quando na realidade a reposição do tempo de serviço a esses professores apenas custava cerca de 400 milhões de euros, sendo, o restante, para as outras profissões da função pública a quem foi roubado tempo de serviço. Se os professores fazem greve às avaliações é o fim do mundo, mas os médicos e os enfermeiros dão-se ao luxo de fazer greves regularmente, usando o pretexto da greve como um alerta para a degradação do SNS. Meus senhores, a degradação do SNS deve-se em muito aos profissionais de saúde que trabalham simultâneamente no público e no privado. E já não falo na classe política que muitas vezes tem interesses no setor privado da saúde e que ajudam à degradação do SNS. Eu não sou professor, mas é triste ver a classe mais nobre que existe ser tão mal tratada e ver outras classes serem super priviligiadas. Não há ninguém num país civilizado que não passe pelas mãos de um professor. Na década de 60 entravam numa só faculdade de medicina aos 1000 alunos! Agora, a pretexto de manter a qualidade de ensino, as vagas por faculdade rondam as 300. Convém não formar muita gente pois, caso contrário, muitos médicos teriam que reduzir o nível de vida que levam. E, já agora, convém dificultar o acesso às especialidades para manter o ganha pão de alguns! Já agora, quando regulam o preço que os médicos podem cobrar no privado à semelhança do que acontece noutros países europeus? Portugal é um país de treta e sem futuro. Ser médico não é preciso ser inteligente, basta marrar!

    • Na saúde anda tudo a levar o que pode. Médicos, enfermeiros, laboratórios,… E nós todos a sustentar estar enorme mama. Privatizem tudo que a mama acaba-se num instante.

      • Isso é o que querem os lobbies privados/financeiros, politicos e alguns profissionais de saúde. Os setores básicos de qualquer sociedade como, por exemplo, a água, saúde, ensino e energia, são super apetecíveis pois é receita garantida. Ninguém passa sem esses serviços. A privatização destes setores seria a maior asneira que poderia acontecer a qualquer cidadão de qualquer país. No dia em que estes setores forem privatizados em Portugal, vai existir muita gente que não vai ter acesso a estes serviço e, por conseguinte, viver na miséria. Eles jogam precisamente por aí, ou seja, degradar os serviços que são públicos de forma a ter desculpa para os privatizar. Quantos hospitais privados não existem atualmente em Portugal? Quantos colégios e universidades privadas não existem atualmente em Portugal? Quantas autarquias não privatizaram o setor da água? Veja o que se passou com a privatização de algumas empresas do setor energético em Portugal! Agora vá ver quem está nos conselhos de administração dessas empresas! Isso é o que eles querem e o Zé Povinho cai que nem um patinho!

        • Exactamente!
          O mais incrível é ver gente que, em 2019, com acesso à informação/Internet e com tudo que se tem passado com a privatização de serviços essenciais um pouco por todo o lado, ainda defende as privatizações na saúde!!

      • “Privatizem tudo que a mama acaba-se num instante.”
        Que “iluminado”…
        Enfim… nota-se que tens uma inteligência super-mega rara!…

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