//

Setenta anos depois, teste de ADN reúne mãe e filha pela primeira vez

(dr) Connie Moultroup

Genevieve achava que a sua bebé recém-nascida tinha morrido no parto. Mas não: foi adotada por uma família da Califórnia que lhe mentiu sobre as origens. Agora conheceram-se graças a um teste de ADN.

Quase 70 anos depois, uma mãe que achava que a sua filha tinha morrido, abraçou-a pela primeira vez. “Tu não estás morta”, exclamou Genevieve Purinton, uma americana de 88 anos, que conheceu no passado dia 3 a filha, Connie Moultroup, hoje com 69 anos.

De acordo com o New York Times, foi um teste de ADN que ajudou a reunir mãe e filha depois de quase 70 anos a viverem separadas por um segredo: depois de dar à luz, em 1949, Genevieve achava que a bebé recém-nascida havia morrido, mas a menina tinha sido adotada por uma família no sul da Califórnia.

Tudo começou com um teste de ADN que Connie fez. Este teste levou-a a uma prima que, por sua vez, a levou à sua mãe biológica. A mulher de 69 anos revelou ter ficado “absolutamente chocada”, ao descobrir que a mãe biológica morava em Tampa, na Florida. “Ela estava tão feliz em conhecer-me”, disse Connie, que vive em Richmond, Vermont.

Genevieve ficou igualmente chocada, uma vez que achava que a sua bebé tinha morrido. Estava sozinha quando deu à luz a 12 de maio de 1949, num hospital em Gary, Indiana, a cerca de 48 quilómetros a sudeste de Chicago.

Quando se conheceram pela primeira vez, a ligação “foi quase instantânea”, revelou a filha. Segundo Connie, ver a mãe foi quase como olhar para um espelho.

I’ve just met my biological mother for the first time in my life!!!!! What a blessed and wonderful Christmas present!!!! It’s something I’ve dreamed of my whole life….literally.

Publicado por Connie Moultroup em Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2018

Além das semelhanças físicas, descobriram que ambas gostavam de cozinhar e de fazer croché. Connie foi enfermeira durante 34 anos e Genevieve revelou que essa era a sua profissão de sonho, mas nunca chegou a estudar no Ensino Superior. A mãe percebeu que o homem, que será o pai biológico de Connie, era, na realidade, casado. Quando a gravidez começou a ser visível, Genevieve deixou a escola secundária.

 

Ela nunca viu a bebé. “Disseram-me que era uma menina, mas que morreu”, disse, que não respondeu nem pediu para ver um atestado de óbito. “Quem aos 18 anos pensaria em algo assim?”, questionou.

Depois de dar à luz, cortou relações com os pais e mudou-se para Florida em 1950. Lá, tornou-se chef e ajudou a criar um dos filhos da sua irmã. Uma histerectomia impediu que tivesse mais filhos.

Genevieve disse que não se lembra do nome do hospital onde deu à luz Connie. De acordo com a documentação de adoção, a bebé foi entregue ao Hospital St. Mary’s Mercy, um hospital católico em Gary que já não existe.

Os documentos de adoção, que Connie recuperou da unidade de adoção e abandono do Tribunal de Menores Edmund D. Edelman, em Los Angeles, comprovam que um médico do hospital facilitou a adoção.

Naquela época, havia um “enorme estigma” sobre as mulheres grávidas solteiras e as crianças nascidas fora do casamento, disse Ryan Hanlon, vice-presidente do Conselho Nacional de Adoção.

Entre 1945 e 1973, o ano em que foi legalizado o aborto nos EUA, centenas de milhares de mulheres jovens foram forçadas a abandonar os seus filhos recém-nascidos.

ZAP //

 

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.