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Sete homens detidos em investigação a decapitação de professor

Clemens Bilan / EPA

Sete indivíduos foram detidos esta terça-feira pela polícia antiterrorismo francesa no âmbito da investigação à degolação do professor de liceu Samuel Paty, em Outubro de 2020, por um extremista islâmico.

Os detidos terão mantido contactos através das redes sociais com o assassino, o jovem refugiado de origem chechena Abdoullakh Anzorov, de acordo com fonte judicial citada pela agência AP.

Sob acusações de terrorismo e homicídio, outros 14 indivíduos já se encontravam a ser formalmente investigados pela Justiça francesa. As detenções tiveram lugar nas cidades de Paris, Lyon, Toulouse e outras localidades do Oeste do país.

A lei antiterrorismo francesa permite que os suspeitos possam ser sujeitos a detenção para interrogatório durante 96 horas.

Samuel Paty, professor, foi degolado a 16 de Outubro de 2020 à saída da escola onde lecionava na região de Paris, depois de ter mostrado aos seus alunos, durante um debate sobre a liberdade de expressão, caricaturas do profeta Maomé.
O assassino, um jovem de 18 anos identificado pelas autoridades como Abdoullakh Anzorov, foi abatido pela polícia. Anzorov assumiu responsabilidade pelo homicídio num texto deixado no seu telemóvel, juntamente com uma fotografia da vítima.

Duas semanas depois da morte do docente, três pessoas foram esfaqueadas mortalmente na Basílica de Notre-Dame de Nice por um extremista islâmico, levando o presidente Emmanuel Macron a proclamar que a França “estava sob ataque”.

O Parlamento francês aprovou em Dezembro de 2020 o prolongamento até Julho de 2021 de controversas medidas de segurança inscritas na lei antiterrorismo do país.

A lei encontra-se em vigor desde Novembro de 2017 e é criticada pelos defensores das liberdades civis, prevendo buscas e visitas domiciliárias, medidas individuais de controlo, estabelecimento de perímetros de segurança e encerramento de locais de culto.

As medidas são inspiradas diretamente no estado de emergência que foi decretado pelas autoridades francesas na noite dos ataques terroristas de 13 de Novembro de 2015, que mataram 130 pessoas em Paris, e que foram então classificados como os piores ataques em solo francês desde a II Guerra Mundial.

// Lusa

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