Shoya Nakajima esteve envolvido numa polémica com o FC Porto e esteve afastado dos relvados após lesão grave. Agora, aos poucos, tenta recuperar a forma no Portimonense.
O que é feito de Shoya Nakajima? Muitos adeptos terão dificuldades em responder a esta pergunta, apesar do japonês estar a jogar no Portimonense, emprestado pelo FC Porto. Outrora apontado como um talento em ascensão, o jogador atravessou uma fase conturbada da sua carreira e está agora a tentar reencontrar a boa forma.
O internacional nipónico jogou e marcou no encontro deste sábado entre Portimonense e Belenenses SAD, que terminou com uma vitória dos algarvios por 2-0. Nakajima já não marcava desde 2 de dezembro de 2018. O extremo recebeu a bola à entrada da grande área, pensou e rematou colocado sem hipóteses para o guarda-redes adversário.
Mas, afinal, o que é que explica o ‘desaparecimento’ de Nakajima?
Depois de duas exímias época em Portimão, o jogador rumou ao Al-Duhail, do Qatar, naquele que foi o maior negócio de sempre da história do Portimonense. O emblema asiático pagou nada menos do que 35 milhões de euros pelo seu passe. No entanto, Nakajima nunca conseguiu justificar o forte investimento. Em 16 jogos pelo Al-Duhail, o ‘samurai’ marcou apenas dois golos.
É aqui que entra o FC Porto. Os ‘dragões’ viram o talento do jogador apesar do seu mau momento de forma e decidiram apostar nele. Os ‘azuis e brancos’ pagaram 12 milhões de euros por 50% do passe na época seguinte, quase um terço do que os qataris tinham pago pelo futebolista.
No Dragão, a história não teve um rumo melhor. O japonês marcou apenas um golo e fez três assistências em 28 partidas jogadas. Na temporada seguinte foi ainda protagonista de uma polémica que o empurrou para fora do clube.
Quando a pandemia de covid-19 estava num dos seus piores períodos, os treinos estavam a decorrer de forma condicionada. Shoya Nakajima integrou o regresso aos treinos quando estes ainda eram feitos de forma individual. No segundo dia de treinos coletivos, porém, o avançado japonês deixou de treinar.
O jogador, agora com 27 anos, invocou os sintomas de doença respiratória da mulher, ocorridos em meados de maio, para justificar a sua ausência no Olival.
O nipónico terá tentado convencer Sérgio Conceição de que, aplicando-se em casa e seguindo um regime idêntico ao do período de confinamento, seria suficiente para se tornar opção. O técnico portista não concordou, tendo deixado de contar com o japonês na preparação para o regresso do campeonato.
A solução foi emprestar o jogador ao Al Ain, tentando que o jogador retomasse a sua antiga forma. Assim, se o Porto realmente decidisse vender o jogador, este teria valorizado nos Emirados Árabes Unidos e o emblema portista conseguiria recuperar o seu investimento.
O japonês participou em apenas dois jogos pelo Al Ain, devido a uma lesão grave sofrida em fevereiro deste ano num treino do clube. Entretanto, o jogador recuperou da lesão e foi emprestado ao Portimonense, o clube no qual despontou para a Europa do futebol.
O golo marcado este sábado poderá ter o condão de despertar o talento adormecido no pequeno ‘samurai’. Não foi um sayonara, foi um até já.
O Nakajima, por acaso, jogava alguma coisa de jeito?