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Senadora italiana, sobrevivente do Holocausto, tem proteção policial por causa de ameaças

Liliana Segre, senadora italiana de 89 anos e sobrevivente do Holocausto, tem recebido centenas de ameaças nas redes sociais nos últimos dias. Agora tem proteção policial.

Na origem dos ataques está o facto de Segre – que é senadora vitalícia – ter proposto no parlamento a criação de um comité para combater todas as formas de racismo, anti-semitismo, incitação ao ódio e violência por motivos étnicos e religiosos.

A moção foi aprovada na semana passada, apesar da abstenção dos partidos da extrema-direita (Lega) e do centro-direita (Forza Itália). Porém, de acordo com o semanário Expresso, desde então, as mensagens de ódio não pararam. Nos dias que se seguiram à votação, Liliana Segre recebeu cerca de 200 de ameaças por dia nas redes sociais.

Liliana Segre confessa que a posição destas forças partidárias a fez sentir-se “como uma marciana no Senado”. “Eu apelei à consciência de todos e pensei que uma comissão contra o ódio, como princípio, seria algo aceite por todos”, afirmou, citada pelo jornal italiano La Repubblica.

As mensagens, que têm sido enviadas por pessoas anónimas, levaram à abertura de uma investigação, agora tornada pública. A gravidade de algumas delas levou a que o presidente da câmara de Milão reunisse com o comité de segurança e ordem pública, ficando acordado que Segre precisa de proteção policial.

Liliana Segre nasceu em Milão em 1930 e fugiu da perseguição nazi na Itália com o seu pai em dezembro de 1943. Depois de não se conseguirem refugiar na Suíça, ambos foram enviados para o campo de extermínio de Auschwitz, na Polónia ocupada pelos nazis, no mês seguinte. No local, o seu pai e avós foram mortos.

Juntamente com outros prisioneiros judeus transferidos de Auschwitz em janeiro de 1945, Segre foi levada para o campo de concentração de Ravensbrück, na Alemanha. Semanas depois, foi transferida para outro campo operado pelos nazis, que foi posteriormente libertado pelo Exército Vermelho da União Soviética.

Segre foi nomeada senadora italiana pelo presidente Sergio Mattarella em janeiro de 2018.

ZAP //

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