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Senado aprova processo de destituição de Donald Trump

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Chris Kleponis / EPA

O ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

O Senado norte-americano aprovou, esta terça-feira, com os votos dos senadores democratas e de alguns republicanos, a continuação do processo judicial de destituição do ex-Presidente.

Num Senado dividido entre 50 republicanos e 50 democratas, 56 senadores votaram a favor e outros 44 votaram contra, confirmando, assim, que o processo de destituição contra Donald Trump se enquadra na sua jurisdição.

Seis republicanos votaram a favor da continuação do processo, juntamente com os 50 senadores democratas. Segundo a estação pública alemã Deutsche Welle, o único voto inesperado foi o do senador Bill Cassidy, que mudou de posição depois da exposição dos argumentos, tendo-se juntado a Susan Collins, Lisa Murkowski, Mitt Romney, Ben Sasse e Pat Toomey.

A votação no Senado teve lugar no final do primeiro dia de debate, em que bastava uma maioria simples para o processo avançar. Recorde-se que Trump é acusado de incitamento à insurreição na sequência da invasão do Capitólio, no passado dia 6 de janeiro.

Sob fortes medidas de segurança no exterior do mesmo edifício, os cem senadores assistiram a excertos dos acontecimentos desse dia. Além das imagens do assalto, foram reproduzidas imagens do comício do ex-Presidente, no exterior do Capitólio, em que proferiu uma frase que a acusação considera provar que incitou a violência que se seguiu: “Vamos dirigir-nos ao Capitólio”.

“Se isto não é ofensa digna de destituição, então não existe tal coisa”, afirmou o democrata Jamie Raskin, que liderou o grupo de nove deputados da Câmara dos Representantes que apresentaram o pedido de impeachment.

Em contraste com a acusação dos democratas, os advogados de Trump atacaram o processo de destituição, argumentando ser inconstitucional e um esforço partidário para acabar com o futuro político do seu cliente.

A defesa afirmou ainda que o ex-chefe de Estado, ao discursar para os seus apoiantes antes da invasão, estava apenas a exercer o seu direito de liberdade de expressão, previsto na Constituição.

David Schoen, um dos advogados de Trump, denunciou aquilo a que chamou de “desejo insaciável por um impeachment“, tendo exibido também um vídeo no qual mostra legisladores democratas a pedir a destituição do republicano em 2017.

O julgamento irá continuar esta quarta-feira, às 12h00 locais de Washington.

Trump é o primeiro Presidente dos Estados Unidos a ser sujeito duas vezes a um processo de destituição no mesmo mandato e o único a ser julgado politicamente depois de já ter abandonado o cargo.

O primeiro impeachment foi aprovado pela Câmara dos Representantes, em dezembro de 2019, por abuso de poder e obstrução do Congresso, ao ter pressionado a Ucrânia a lançar uma investigação contra Joe Biden, agora Presidente, e o seu filho Hunter. O Senado acabou por absolver Trump em fevereiro do ano passado.

A Constituição determina que a condenação só é válida se tiver o apoio de dois terços dos cem senadores, mas da bancada republicana poucos se mostram favoráveis à condenação do ex-Presidente.

ZAP // Lusa

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