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Sem um financiamento comum, “é o fim da Zona Euro”, diz ministro das Finanças francês

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worldbank / Flickr

Bruno Le Maire, ministro das Finanças francês

A Zona Euro está em risco caso não haja um investimento comum, defende o ministro das Finanças francês. Le Maire recomenda um Fundo de Retoma, com a colaboração de todos os estados-membros.

Em entrevista ao Expresso, o ministro das Finanças francês defende a emissão conjunta de dívida com maturidades de “10 a 20 anos” no pós-pandemia de covid-19. Bruno Le Maire argumente que todos os países têm de ter oportunidades semelhantes de financiar a retoma, caso contrário a Zona Euro está em risco.

Le Maire sugere um Fundo de Retoma, disponível não apenas para os 19 países da moeda única, mas para todas as 27 nações. “O Fundo de Retoma é claramente pensado para despesas públicas através de subsídios. Não estou a falar de empréstimos. Por isso é que este fundo seria útil e eficiente”, explicou.

“Se queremos mover-nos ao mesmo ritmo, a 27, necessitamos de um financiamento comum para investimentos”, reiterou. “Caso contrário, há o risco de países como a Alemanha ou a Holanda recuperarem mais rapidamente – porque têm o financiamento nacional – enquanto outros países que não têm as mesmas possibilidades ficam para trás, correndo-se o risco de se criarem mais divergências e diferenças de desenvolvimento entre os 19 da moeda única, o que significaria o fim da zona euro. É isso que está em jogo”.

O plano equacionado por Le Maire faz parte do relatório do Eurogrupo que será discutido no próximo dia 23 de abril. Para garantir que se segue este caminho é necessário convencer a Alemanha e os nórdicos, realça o Expresso.

O ministro das Finanças francês entende que, na emissão conjunta de dívida, a “responsabilidade conjunta é a melhor opção”. Como alternativa, não descarta “a ideia de responsabilidade parcial dos Estados-membros, dependendo do respetivo PIB”.

Le Maire salienta que não seria cada país a decidir onde investe o dinheiro: “A ideia é a de deixar que seja a Comissão a decidir os investimentos”. E como seria distribuídos estes fundos? “Os países recebem dinheiro de acordo com a forma como foram atingidos pela crise e reembolsam-no de acordo com o PIB de cada um“.

“A crise é excecional, e vamos precisar de expandir massivamente a nossa capacidade de financiar investimento público nos próximos três a cinco anos”, assume o ministro gaulês. “No entanto, não temos necessariamente os recursos nacionais imediatos para fazê-lo no curto prazo. Assim, a ideia é ter um fundo comum, que emita dívida com maturidades bastante longas – por exemplo 10 a 20 anos”.

ZAP //

3 Comments

  1. Pois a UE nunca foi uma verdadeira união, cá dentro alguns procuram comer os mais fracos provocando-lhes ainda menos hipóteses de expansão, por sua vez, estes por vezes descartam-se das suas responsabilidades não carrilando na marcha dos mais avançados, depois fora de portas, é verificar agora mais do que nunca o resultado de uma globalização imposta e suas consequências. Se não houver reflexão e modéstia por parte dos políticos europeus em reconhecer os erros cometidos e procurar mudar de rumo, possivelmente irão ser eles próprios o COVID-20 da UE.

  2. os fundos europeus ‘e mal menor, sao necessarios… ha paises a aproveitar a quase 100 por cento outros como portugal que fica acanhado e nada … alemanha por exemplo aproveita fundos quase 100% enquanto portugal aproveita pouca percentagem, as vezes nem 10%…Ja me cansei de dizer que muitos chico espertos no poleiro errado deu nisto…nao temos solucao…esperem para outras geracoes…com esta malta que temos nao dao oportunidade a quem sabe e a quem quer trabalhar…o pais nao gera divercidade de tecnologia nem de negocio….quem fala ou nenuncia ‘e posto de parte….

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