O secretário-geral do PS, António José Seguro, disse hoje que o país precisa de um Estado “que honre a sua palavra” e lamentou que os últimos quatro governos não tenham mantido a promessa eleitoral de não aumentar impostos.
“Nós precisamos de ter um Estado transparente e um Estado que honre a sua palavra e ter governos que prometem uma coisa em campanha eleitoral e cumprem aquilo que prometem no exercício da sua governação. Os últimos quatro governos prometeram todos que não aumentavam impostos e quando chegaram ao governo aumentaram esses impostos”, afirmou António José Seguro, durante uma intervenção na conferência mensal do Clube da Alameda.
A referência do líder do PS aos últimos 4 governos abrange executivos até 2004: o actual governo de Pedro Passos Coelho, os 2 governos PS de José Sócrates (2005-2011) e o governo liderado por Pedro Santana Lopes (2004-2005).
Seguro disse ser muito criticado por fazer “poucas promessas”, mas garantiu: “Todas as promessas que faço, se for necessário, ponho a minha assinatura por baixo, porque são para cumprir”.
“Pode não ser muito atrativo, pode não gerar grandes ilusões, mas significa que é um contrato de confiança que tem de ser estabelecido com os portugueses porque também há hoje desencanto e desilusão com as instituições da nossa democracia e com os partidos políticos e com os políticos”, referiu.
O líder socialista, que fez questão de lembrar a revolta de 31 de janeiro de 1891, no Porto, sublinhou que a “ideia de prestar contas de quatro em quatro anos é uma ideia do passado” e que “tem que se prestar contas, mas prestar contas permanentemente, porque isso gera elementos de confiança entre os cidadãos e o Governo e o Governo não pode ser uma estrutura neutra que aplica um programa”.
ZAP/Lusa