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Segunda fase da vacinação. Peritos propõem extensa lista de novas (e raras) doenças

A segunda fase de vacinação contra a covid-19 já arrancou em alguns centros de saúde. Os peritos estão a propor uma nova e extensa lista de doenças de maior risco que passam também a ser prioritárias e agora sem limite de idade.

O plano inicial da vacinação contra a covid-19 vai ser revisto. Em vez de três fases, passará apenas a ter duas, sendo que a primeira está prestes a terminar. Em alguns centros de saúde, a segunda fase até já arrancou.

Segundo o jornal Público, a comissão de especialistas da Direção-Geral da Saúde (DGS) propôs que que a fase 2 do plano seja subdividida em duas, a A e a B.

Ao mesmo tempo que são vacinados as pessoas conforme o critério da idade, recomenda-se a imunização prioritária das pessoas que sofrem de uma lista de doenças com maior risco associado a covid-19 e que são mais raras do que aquelas que estavam inicialmente previstas.

Na parte B, sugere-se a a imunização às pessoas a partir dos 74 até aos 50 anos – por ordem decrescente.

Na segunda-fase, a hipertensão arterial e a diabetes tipo 2 deixarão de ser consideradas prioritárias. A hipertensão é muito prevalente e está associada à idade e a diabetes também afeta um universo muito grande de pessoas, que serão rapidamente vacinadas pelo critério da idade se a vacinação em massa avançar.

Contudo, alertam os peritos, caso não se confirme o anunciado cenário de abundância de doses, estas patologias devem voltar a ser priorizadas.

A obesidade mantém-se, ainda que os peritos recomendem que sejam priorizado quem tem índice de massa corporal superior a 35. Continuam também a integrar a lista as neoplasias malignas ativas e a diabetes tipo 1.

Ao mesmo tempo, propõe-se a inclusão de um grande número de doenças que não estavam previstas e que não terão limite de idade. A lista inclui os doentes imunodeprimidos, como infetados pelo VIH e os transplantados, as pessoas que sofrem de algumas doenças neuromusculares, nomeadamente as atrofias musculares congénitas.

Também incluídas na nova lista estão a esclerose lateral amiotrófica, a epilepsia refratária, a esquizofrenia e a doença bipolar grave. A lista engloba igualmente a doença hepática crónica, a insuficiência cardíaca, a hipertensão pulmonar, a doença coronária, o enfarte agudo de miocárdio, a insuficiência renal crónica, a doença respiratória crónica em ventiloterapia e a doença pulmonar obstrutiva crónica.

Está igualmente recomendada a vacinação prioritária dos doentes com fibrose quística e fibrose pulmonar.

Algumas destas patologias estavam já no plano inicial, mas apenas para pessoas com mais de 50 anos.

Segunda fase já arrancou

A segunda fase do plano de vacinação contra a covid-19 já começou em alguns agrupamentos de centros de saúde, enquanto outros se preparam para fazê-lo no início da próxima semana.

Com a quase totalidade das pessoas com mais de 80 anos e do grupo entre os 50 e os 79 anos, com uma das quatro doenças definidas na fase 1 como de alto risco de mortalidade ou internamento em caso de infecção por SARS-CoV-2, os centros de saúde começam a chamar o grupo entre os 79 e os 60 anos, usando o critério da idade.

“Depende dos agrupamentos de centros de saúde, mas alguns já terminaram a primeira fase e ou já iniciaram ou vão iniciar na próxima semana a fase 2. São as pessoas entre os 79 e os 60 anos, a começar pela convocatória dos mais velhos”, disse Diogo Urjais, presidente da Associação Nacional de Unidade de Saúde Familiares (AN-USF), em declarações ao Público.

Esta possibilidade foi adiantada ao Diário de Notícias pelo vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador da task force de vacinação, que explicou que “se uma ARS terminou a Fase 1 com alguns dias de antecedência e existe disponibilidade de vacinas, pode iniciar imediatamente a fase 2”.

Contudo, isto não significa que todas as pessoas incluídas na fase 1 tenham sido já vacinadas com pelo menos uma dose. “Há pessoas que estão no estrangeiro, pessoas que estiveram doentes”, exemplificou Diogo Urjais.

Além disso, há contactos desatualizados – ou nem os há – nos registos de saúde, o que criou algumas dificuldades. Assim, os centros de saúde “continuam à procura”, referiu o presidente da ANUSF.

Maria Campos, ZAP //

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