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SEF investiga crimes de tráfico humano com 149 jogadores de futebol

FPF

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) está a investigar 37 processos de tráfico de pessoas, que envolvem 149 jogadores de futebol trazidos ilegalmente da Argentina, do Brasil, da Colômbia e da Nigéria.

Segundo o Jornal de Notícias, a maioria dos arguidos daqueles processos são dirigentes de clubes de futebol, que estão indiciados de crimes de tráfico de pessoas, falsificação de documentos, auxílio à imigração ilegal e burla.

“O jogador é seduzido com uma proposta de trabalho e, quando chega, vê-se dominado, privado do salário prometido, e a viver em condições indignas, apesar de treinar e jogar ao fim de semana”, conta o presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista.

“Em muitos casos, é-lhe retido [ao futebolista] o passaporte e limitado o contacto com familiares, para dar a aparência de que está tudo bem”, continua.

Perante esta situação, quando o jogador não tem condições de permanência em Portugal, nem condições para se tornar profissional, o SJPF contacta a embaixada respetiva “para tentar o seu repatriamento”. Na falta de resposta, o Sindicato “garante a estadia e a alimentação e já suportou muitos voos de regresso”.

A seguir, o Departamento Jurídico do SJPF instaura queixas-crime e disciplinares, para os jogadores serem ressarcidos dos danos sofridos. A primeira denúncia foi feita em 2020.”É preciso educar as pessoas e punir com celeridade os infratores”, justifica Evangelista.

Recebem dinheiro para fazer a ponte com um clube. Os dirigentes, geralmente de escalões inferiores e âmbito regional, acabam por beneficiar com jogadores estrangeiros a custos diminutos”, acrescenta. “Se um destes atletas se afirmar desportivamente e for transferido para outro clube ou liga maior, todos lucram”.

ZAP //

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