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Secretas alertaram a Casa Branca para o perigo do coronavírus em novembro

Oliver Contreras / EPA

O Presidente dos EUA, Donald J. Trump

Os serviços de inteligência dos Estados Unidos alertaram o Pentágono e a Casa Branca, no fim de novembro, que o novo coronavírus estava a espalhar-se em Wuhan, avisando que o vírus estaria a mudar o quotidiano da população e que constituía um risco para a saúde pública.

De acordo com a ABC News, a agência de inteligência de Defesa, o Estado-Maior do Pentágono e a Casa Branca foram informados “várias vezes” sobre o conteúdo de um relatório elaborado pelo Centro Nacional de Inteligência Médica (NCMI) que expunha a situação. O relatório concluía que a situação poderia ser “catastrófica”.

Houve também vários briefings em dezembro com entidades do governo norte-americano, incluindo com o Conselho de Segurança Nacional.

O Governo dos Estados Unidos tem sido acusado de ter reagido tarde à crise – e este relatório é mais uma prova de que a Administração Trump tinha sido alertada para os perigos do vírus antes de o primeiro caso ser confirmado no país.

Em entrevista ao The Week, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, tinha dito que não se lembrava de o Pentágono ter recebido da NCMI informações sobre o novo coronavírus em novembro.

Trump afirmou, em março, que “ninguém sabia que haveria uma pandemia ou uma epidemia com estas proporções“.

Porém, no fim de janeiro, o Governo dos Estados Unidos foi alertado por um alto conselheiro presidencial para o risco de “pandemia total” que poderia matar meio milhão de norte-americanos e ter um impacto na economia nacional na ordem dos seis biliões de dólares.

No documento, divulgado pelo jornal norte-americano Axios, Peter Navarro, conselheiro presidencial para assuntos comerciais, alertou para “a falta de imunidade ou existência de cura ou vacina” que “deixaria os norte-americanos indefesos em caso de surto de coronavírus em solo dos Estados Unidos”.

A 23 de fevereiro, Navarro enviou um segundo documento, enfatizando o perigo e alertando para a “crescente probabilidade de surto pandémico de covid-19 que pode infetar 100 milhões de americanos, com perda de vidas entre um e dois milhões de almas”.

Os Estados Unidos registaram, na terça-feira, 1.939 mortes causadas pela covid-19 em 24 horas, o pior recorde mundial diário. O número total de mortes desde o início do surto é agora de mais de 12.700.

Os Estados Unidos também são o país do mundo com o maior número de casos confirmados: cerca de 396 mil pessoas infetadas.

ZAP //

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