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Secretário de Estado demite-se após notícia de plágio

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Os secretários de estado João Grancho (esq.) e Teresa Morais (dir.)

O secretário de estado João Grancho (esq.)

O secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, apresentou hoje a sua demissão alegando “motivos de ordem pessoal”, tendo sido aceite pelo ministro Nuno Crato, segundo nota do Ministério da Educação e Ciência (MEC).

“O Senhor Ministro, agradecendo o trabalho empenhado e leal do Dr. João Grancho, transmitiu ao Senhor Primeiro Ministro esse pedido, solicitando que transmitisse ao Senhor Presidente da República o pedido de exoneração do Senhor Secretário de Estado”, refere a nota enviada pelo MEC.

A demissão surge no dia em que o jornal Público noticiou que o secretário de Estado, em 2007, e enquanto presidente da Associação Nacional de Professores (ANP), plagiou textos produzidos por autores académicos sobre temas como deontologia profissional e formação inicial de professores, dos quais retirou extratos para usar num texto, sem citar os autores, que terá estado na base da sua intervenção num seminário que decorreu em Múrcia, Espanha, dedicado ao tema “A dimensão moral da profissão docente”.

Em causa, adianta o jornal, está a utilização de sete parágrafos sobre deontologia profissional da autoria de Agostinho Reis Monteiro, professor do Instituto da Educação da Universidade de Lisboa, e outros três parágrafos de um trabalho produzido por uma comissão do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), dedicados à formação inicial de professores, e da autoria de João Pedro Ponte, também da Universidade de Lisboa, e de Isabel Cruz, que era na altura vice-reitora da Universidade do Algarve.

Numa resposta enviada ao Público, o secretário de Estado refutou as acusações de plágio, afirmando que “pretender associar um mero documento de trabalho, não académico, nem de autor, nas circunstâncias descritas, a um plágio, é totalmente inapropriado e sem qualquer sentido”.

João Grancho justifica demissão com “imperativos de consciência”

O secretário de Estado demissionário, João Grancho, disse à Lusa que cessa funções por decisão “estritamente do foro pessoal, determinada por imperativos de consciência e de sentido de serviço público”.

“Apresentei o meu pedido de demissão ao senhor ministro da Educação e Ciência, que o transmitiu ao senhor primeiro-ministro. A minha decisão é estritamente do foro pessoal, determinada por imperativos de consciência e de sentido de serviço público e não por quaisquer questões relacionadas com o meu desempenho no cargo”, disse João Grancho, numa curta declaração, sem direito a perguntas.

O secretário de Estado de saída da equipa do ministro Nuno Crato disse que cessa funções “com a certeza de ter as cumprido cabalmente” e de “tudo ter feito para melhorar a Educação”.

“Entendi também que esta decisão era a que melhor preservava o Governo na difícil tarefa que ainda tem pela frente e que terá que concluir para bem de Portugal. Agradeço ao senhor ministro e ao senhor primeiro-ministro toda a confiança em mim depositada ao longo deste período de intenso e exigente trabalho”, concluiu.

Entretanto, fonte do Gabinete do primeiro-ministro adiantou à Lusa que Pedro Passos Coelho “já propôs a exoneração do secretário de Estado ao Presidente da República e na devida altura será substituído”.

ZAP / Lusa

2 Comments

  1. O principal obreiro da prova de avaliação para o ingresso dos professores na carreira, pois já a defendia no tempo em que foi, auto intitulado, Presidente da dita “Pró-ordem dos Professores”. Prova que deu origem aos problemas da colocação dos professores deste ano porque levou à alteração dos critérios de graduação e por consequência de escalonamento destes. Pelo que aqui exponho, tenho a referir que já vai tarde e se o motivo da recusa é plágio é eticamente muito reprovável, lamentável e mostra o tipo de pessoa com que lidámos.

  2. Querem ver que um gajo agora já não pode usar o Google e a Wikipedia para fazer os trabalhos? assim quem é que tem tempo para ir para os copos nas universidades? onde sobra tempo para praxar caloiros?

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