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“Se algum dia tivermos de ter eleições antecipadas, não há drama para o país”

ppdpsd / Flickr

Luís Montenegro, candidato à liderança do PSD

Para Luís Montenegro, candidato à liderança do PSD, Rui Rio é o seguro de vida do Governo. Por isso, se o atual líder vencer as eleições no PSD, o Executivo de António Costa vai manter-se por mais quatro anos.

Num artigo de opinião publicado esta quinta-feira no jornal Público, Luís Montenegro escreve que se a geringonça deixar de funcionar, a estratégia de Rui Rio é a que convém mais ao Governo. “É a estratégia da passividade, da resignação, da abertura a acordos políticos e, sobretudo, da disponibilidade para viabilizar orçamentos.”

Para o candidato à liderança do PSD, Rui Rio só não viabiliza o Orçamento do PS agora por estar em vésperas de eleições internas. Viabilizando orçamentos, o PSD será a sustentação da governação “leviana” de António Costa e o partido social-democrata deixará de ser visto como alternativa – o que seria, para Montenegro, “um desastre para a democracia“.

Por esse motivo, Luís Montenegro considera que “não há drama” se o país, um dia, tiver de ir para eleições antecipadas, uma vez que “o juízo dos portugueses é sempre preferível à promiscuidade dos jogos políticos”.

PS “usa o PSD como uma forma de pressão”

Em entrevista ao Jornal de Notícias, na véspera de Natal, Luís Montenegro afirmou que só não quer acordos com o Partido Socialista porque o PS “não quer”.

“Tenho, ao longo da minha vida política, vários exemplos de acordos com o PS. Fui um dos deputados que interveio no pacto da justiça. Estive no acordo do IRC. Propus ao PS que fosse criada uma comissão na Assembleia da República para a reforma da Segurança Social e do Estado… Sempre estive disponível para fazer acordos de regime. Só que esse tempo acabou, porque o PS não quer. Não vale a pena estar a esbarrar contra uma parede. O PS não quer!”, disse.

Na mesma entrevista, o candidato não poupou críticas a Rui Rio, afirmando que PSD ” está sempre dependente do que o PS vai querer ou não querer fazer connosco para definir aquilo que é relevante”.

“Ora, o PS não quer nada com o PSD. O PS só se vira para o PSD quando não tem apoio à Esquerda e usa o PSD como uma forma de pressão. O PSD não pode ir nesse engodo. O PSD pensa de forma diferente a organização do Estado, da economia e a prestação dos serviços públicos”, afirmou Montenegro.

ZAP //

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