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Jovem saudita enfrenta pena de morte por se ter manifestado aos dez anos

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(dr) Murtaja Qureiris

Murtaja Qureiris

Murtaja Qureiris participou numa manifestação quando tinha apenas dez anos de idade. Foi preso três anos depois e, agora, com 18 anos arrisca-se a ser executado pelo estado saudita.

O caso é relativo a 2011, quando Murtaja Qureiris, juntamente com mais um grupo de crianças, andava pelas ruas de uma cidade saudita de bicicleta. Poderia parecer uma mera brincadeira de crianças, mas tudo mudou quando Murtaja pegou num megafone e gritou “As pessoas exigem direitos humanos!“.

Três anos depois, quando viajava com a família para o Bahrein, foi detido na fronteira por autoridades sauditas. Aos 13 anos de idade, foi considerado o mais jovem preso político do país. No entanto, nada fazia prever que aos 18 anos de idade enfrentasse pena de morte e corresse o risco de ser executado.

A CNN explica que a Arábia Saudita é um dos países com uma das maiores taxas de execução e é frequentemente criticada por executar pessoas que eram menores de idade na altura em que cometeram os crimes.

Esse é o caso de Murtaja, que também é acusado de juntamente com o seu irmão ter incendiado um quartel da polícia de Awamiya ao arremessar um cocktail Molotov. A idade de responsabilidade criminal na Arábia Saudita não é clara, mas em 2006, o país defende que não executa pessoas que tenham cometido crimes abaixo da idade de 12 anos.

Murtaja será agora julgado pelo Ministério Público, que o acusa de “pertencer a um grupo terrorista extremista”. Além disso, querem que seja executado da maneira mais penosa possível, que pode incluir crucificação e até mesmo desmembramento depois da execução.

“É deplorável que Murtaja seja executado por crimes que incluem participar num protesto quando ele tinha apenas dez anos. As autoridades sauditas têm um historial assustador do uso da pena de morte como uma arma para esmagar críticas políticas e castigar manifestantes hostis ao Governo — incluindo crianças — da perseguida minoria xiita“, afirmou Lynn Maalouf, diretora de pesquisa no Médio Oriente da Aministia Internacional, citada pelo jornal Público.

ZAP //

4 Comments

  1. Eh lá… queres ver que os EUA se esquecem da Arábia Saudita quando começaram a exportar “democracia” para o médio-oriente – e que tão bem tem resultado na Síria, Líbia, Iraque, etc…

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