O Benfica venceu o Santa Clara por 2-1, este sábado, com golos de Carlos Vinícius e Pizzi, mantendo-se assim na liderança do campeonato.
O Benfica foi aos Açores somar três pontos ante o Santa Clara. Apesar das grandes dificuldades na primeira parte, na qual os homens da casa aproveitaram para marcar, por intermédio de Carlos Júnior, e criar muito perigo, os comandados de Bruno Lage melhoraram muito no segundo tempo, em especial no capítulo do remate, e deram a volta ao marcador por Carlos Vinícius e Pizzi.
No final, equilíbrio nos remates, maior eficácia benfiquista neste pormenor, e superioridade nas estatísticas gerais do jogo, mas atenção aos expected goals (xG), muito equilibrados e que mostram os muitos problemas que os campeões nacionais sentiram.
O jogo explicado em números
- O Santa Clara usufruiu do primeiro lance de perigo, logo aos quatro minutos, quando Rashid, na conversão de um livre directo, obrigou Vlachodimos a grande defesa. Contudo, os primeiros 15 minutos foram praticamente de sentido único, mas para as outras “águias”, as de Lisboa, que chegaram a ter 87% de posse de bola, embora sem grandes resultados (só um remate e desenquadrado).
- Mas tal como no arranque do jogo, os açorianos voltaram a criar perigo, desta feita com eficácia. Aos 17 minutos, Rafael Ramos cruzou da direita e, na grande área, ao segundo poste, Carlos Júnior surgiu de rompante para cabecear para o 1-0. Dois remates dos da casa, ambos com boa direcção, um golo, o sétimo nesta Liga, o quarto sofrido pelos campeões nacionais.
- O Benfica sentiu o golo e perdeu um pouco de fulgor ofensivo, caindo o domínio para 73% de posse à meia-hora. Os três remates pouco perigo criaram, não obrigando Marco a qualquer defesa. No passe, os benfiquistas estavam relativamente bem, com 85% de eficácia, contra 68% dos açorianos, mas a defesa da casa ia limitando as entregas a zonas longe da sua baliza – apenas cinco acções com bola do Benfica da área do Santa Clara.
- O autor do golo, Carlos Júnior, era o melhor nesta fase, com um rating de 7.1, graças ao tento apontado, e também a extraordinários números defensivos: três desarmes, duas intercepções, dois bloqueios de cruzamento.
- Perto do intervalo (40′), o Santa Clara esteve perto do 2-0, quando Nené desviou na pequena área, após cruzamento de Sanusi, e a bola saiu perto da baliza benfiquista. O Benfica tentava chegar ao empate, mas a inoperância ofensiva era total.
- Bom jogo do Santa Clara no pouco tempo que teve a bola. Apesar dos apenas 28% de posse, os açorianos aproveitaram ao máximo esses momentos para criar vários lances de perigo, com quatro remates, dois enquadrados e um golo. Em registo inverso, o Benfica teve muita bola, mas pouco fez de produtivo, com cinco disparos, só um com a melhor direcção. E nem um canto somou nesta fase. O melhor em campo ao intervalo era Carlos Júnior, com um GoalPoint Rating de 6.7, com um golo, três desarmes, duas intercepções, três alívios, dois bloqueios de cruzamento e um posicionamento de grande qualidade, a cortar várias bolas longas de Gabriel.
- O Santa Clara voltou a reentrar melhor, com muitos lances de perigo junto da baliza de Vlachodimos. E a primeira grande ocasião do Benfica surgiu somente aos 53 minutos, quando um remate de Rúben Dias na grande área obrigou Marco a defesa por instinto. Mas o golo acabou por surgir para os visitantes.
- Aos 54 minutos, Pizzi trabalhou muito bem na direita, cruzou e o recém-entrado Carlos Vinícius só teve de encostar. Três remates do Benfica na segunda parte e todos enquadrados acabaram por fazer a diferença em relação a uma primeira metade de total incompetência na finalização.
- Os açorianos criaram muito perigo no arranque do segundo tempo, mas o Benfica também o conseguiu fazer, bem mais em 15 minutos do que em toda a primeira parte. Chegada a hora de jogo, as “águias” de Lisboa registavam 69% de posse de bola no segundo tempo, quatro remates, três enquadrados e já dois cantos.
- Os 70 minutos chegaram com o Benfica a registar 70% de posse e os mesmos quatro remates (tantos quanto o Santa Clara, embora os açorianos apenas com um enquadrado). O melhor nesta fase já era o guardião Marco, com um rating de 6.7, graças a três defesas, uma delas verdadeiramente notável.
- Mas nada pôde fazer aos 78 minutos. Seferovic serviu Pizzi na esquerda da grande área e o médio, frente a Marco, fez o seu oitavo golo neste campeonato. Um tento ao sexto remate benfiquista no segundo tempo, quarto enquadrado. Estava dada a reviravolta no resultado, que não mais voltou a sofrer alterações, apesar do forcing final dos anfitriões.
O melhor em campo GoalPoint
Na primeira parte e no arranque da segunda, foram jogadores do Santa Clara a liderar os ratings, mas à medida que o Benfica ia dando a volta aos acontecimentos, foram os lisboetas a dominar o desempenho. Pizzi foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 8.1, ele que foi o catalisador da “remontada” benfiquista. O médio fez a assistência para o 1-1, nos três passes para finalização que realizou, e fez ele próprio o 2-1, no único remate que fez, tendo completado quatro de oito tentativas de drible e somado dez recuperações de posse.
Jogadores em foco
- João Afonso 6.8 – Grande jogo do central dos açorianos, que registou o segundo melhor rating do encontro. O português fixou novo máximo de acções defensivas esta temporada na Liga, muito por culpa dos 15 alívios que realizou. E ainda ganhou os dois duelos aéreos defensivos em que participou.
- Marco Pereira 6.7 – No segundo tempo, o guarda-redes teve de mostrar serviço e acabou por ser dos melhores do Santa Clara, com quatro defesas, três a remates na sua grande área e uma delas sensacional.
- Carlos Júnior 6.5 – O autor do golo dos anfitriões foi o melhor na primeira parte e na segunda parte apenas foi ultrapassado pela subida de rendimento do Benfica. O extremo, contudo, brilhou também no trabalho colectivo, registando quatro desarmes, outros tantos alívios, dois bloqueios de cruzamento e sete recuperações de posse.
- Rúben Dias 6.3 – O central acabou por não ter grande trabalho defensivo, embora tenha feito três desarmes. Mas na frente foi sempre um perigo, tendo sido protagonista na primeira grande ocasião benfiquista na partida (a tal defesa de Marco). Terminou com dois remates, ambos enquadrados.
- Gabriel 6.2 – Jogo misto do médio brasileiro. Gabriel ganhou todos os (4) duelos aéreos que disputou, recuperou 13 vezes a posse de bola (máximo do jogo) e somou seis acções defensivas, mas falou 26 de 57 passes, nove deles curtos, e teve sucesso em apenas seis de 19 entregas longas.
- Carlos Vinícius 6.1 – O ponta-de-lança entrou ao intervalo e teve impacto imediato na partida, ao fazer um golo logo aos 54 minutos, no único remate que realizou. E pouco mais fez na partida.
Resumo
// GoalPoint