Santa Casa de Lisboa pagava 30 mil euros por mês em rendas de imóveis que não usava

(dr) Governo de Portugal

Paulo Alexandre Sousa, novo provedor da Santa Casa

O provedor tem rescindido contratos de arrendamento de imóveis que não estavam a ser utilizados, numa poupança que ultrapassa os 300 mil euros anuais.

Numa entrevista ao Público e à Renascença, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa adianta detalhes da reestruturação que tem levado a cabo na instituição.

Uma das mudanças que Paulo Duarte de Sousa tem feito é rescindir contratos de arrendamento em imóveis que nem sequer estavam a ser utilizados pela Santa Casa. Um dos exemplos dados pelo provedor é um imóvel na Rua de Pedralvas, em Benfica, que a Santa Casa arrendava desde 2015, com uma renda de 2917 euros.

“Esse imóvel nunca teve qualquer uso. Rescindimos o contrato. Depois, na área dos jogos, tínhamos um conjunto de quatro armazéns a apoiar a exploração. Simultaneamente, no início de 2024, tinha sido inaugurado um novo centro logístico num contrato de arrendamento, que estava claramente pouco utilizado. Acabámos por negociar a rescisão antecipada de dois contratos de arrendamento desses armazéns, um de 9180 euros por mês, o outro de 19 179 euros por mês. Transferimos todos os artigos para o nosso centro logístico e deixámos de pagar quase 30 mil euros por mês em rendas. São menos 300 mil euros por ano“, explica.

O plano inclui ainda um objetivo de obter “80 milhões de euros em alienações, mas muitas delas não são alienações efectivas”, já que “uma grande parte desse montante” deverá ser “reinvestida na própria carteira” quando a instituição atingir os 100 milhões de tesouraria corrente.

Paulo Duarte de Sousa refere que reequilibrar as contas é uma das prioridades do seu mandato. “Temos de conseguir recompor as nossas contas e ganhar espaço para ter uma situação mais estável no futuro, conseguindo ao mesmo tempo que a Santa Casa cumpra a sua missão de apoio aos mais frágeis”, afirma.

Uma das formas de poupar nos recursos humanos tem sido um programa de reformas antecipadas que esteve em vigor durante um mês, entre outubro e novembro. “Ultrapassámos em muito o objetivo: tínhamos estabelecido que o programa tinha que ter impactos anuais na ordem dos 220 mil euros e o impacto que foi atingido foi de 455.657,70 euros”, refere o provedor.

Paulo Duarte de Sousa confirma ainda que encontrou “bastantes” casos de familiares a trabalhar na Santa Casa. “O que é muito relevante e não pode acontecer é que alguém que tem um familiar a exercer funções e está em claro conflito de interesses possa continuar nessas funções. Não podemos ter alguém que tem uma relação com outra pessoa e que é superior hierárquico dessa pessoa”, frisa.

ZAP //

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