A irlandesa Ryanair revelou hoje que teve um prejuízo de 815 milhões de euros no ano fiscal terminado em 31 de março, contra um lucro de 1.002 milhões de euros no exercício anterior.
Na base deste resultado negativo estão as restrições impostas às viagens no setor da aviação devido à pandemia de covid-19, que provocaram uma queda de 81% na faturação da companhia de baixo custo, para um montante de 1.640 milhões de euros, refere a transportadora aérea em comunicado enviado à bolsa de valores de Londres.
A crise de sanitária também atingiu fortemente o tráfego de passageiros, que recuou para 27,5 milhões, uma queda de 81% face ao ano fiscal de 2019-2020.
A Ryanair considerou que o exercício anterior foi “o mais difícil” nos seus 35 anos de existência, devido ao “colapso no tráfego de clientes” que se deu “praticamente da noite para o dia”, depois de “muitos governos, quase sem aviso prévio ou coordenação” terem “imposto” proibições aos voos, levado acabo restrições às viagens e realizado confinamentos nacionais.
Antecipando este novo ano fiscal, a companhia prevê vir a transportar entre 80 a 120 milhões de passageiros, apesar de no primeiro trimestre deste ano ter apenas registado um tráfego da ordem dos cinco a seis milhões de pessoas.
Neste contexto de incertezas, a Ryanair alerta que é “impossível” fazer uma previsão “normal” para os resultados anuais, embora se mostre confiante em que poderá aproximar-se do limiar de rentabilidade “se o processo de vacinação na União Europeia continuar a avançar”.
O presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, disse num vídeo introdutório na apresentação dos resultados que o recente aumento nas reservas de voos sugere que “a recuperação começou”.
As reservas de bilhetes semanais, passaram de 500.000 no início de abril para os atuais 1,5 milhões, frisou o gestor.
“Se, como indicam as previsões, a maioria da população europeia for vacinada em setembro, acreditamos que podemos esperar uma forte recuperação” na segunda metade doeste ano, de outubro a março, disse O’Leary.
O gestor realçou ainda que os prejuízos de 815 milhões de euros são ligeiramente inferiores às previsões anteriores, que se situavam nos 834 milhões de euros.
“É melhor do que esperávamos, mas ainda é uma perda traumática para uma companhia aérea que obteve lucros consistentemente ao longo de 35 anos de história”, concluiu.
// Lusa