Rússia-Ucrânia: terceira reunião, a primeira com alguns “desenvolvimentos positivos”

Salvatore di Nolfi / EPA

Pelo menos segundo o lado ucraniano. Representante russo avisa que o “resultado final” também não vai chegar na quarta reunião.

Resolução da política interna, aspectos humanitários internacionais e resolução de questões militares: os três focos da terceira reunião entre responsáveis de Rússia e Ucrânia, desde que começou o conflito em solo ucraniano.

O encontro decorreu nesta segunda-feira, foi o mais curto de todos e trouxe “pequenos desenvolvimentos positivos”, de acordo com Mikhail Podolyak.

“Há pequenos desenvolvimentos positivos na melhoria da logística dos corredores humanitários. Serão feitas mudanças e será dada uma ajuda mais eficaz às pessoas que sofrem com a agressão da Federação Russa”, destacou o assessor do presidente Volodomyr Zelenskyy.

A previsão era de que, nesta terça-feira, fossem criados corredores humanitários para a evacuação de civis em Kiev, Kharkov, Chernigov, Sumy e Mariupol.

Na manhã seguinte, nesta terça-feira, a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, informou que autocarros com civis iriam começar a sair de Mariupol-Zaporozhye e de Sumy.

Uma zona residencial em Sumy foi atacada na noite passada e terão morrido 21 pessoas, incluindo duas crianças.

Apesar deste avanço, Podolyak considera que a situação não melhorou muito: “Continuarão as consultas intensivas sobre a cessação das hostilidades. Até este momento, não há resultados que melhorem significativamente a situação”.

Já Vladimir Medinsky, que assegurou que os corredores humanitários não têm funcionado por causa das forças ucranianas, não ficou satisfeito com o desfecho da reunião.

“É muito cedo para falar de algo positivo. Não foi possível assinar nenhum documento. As nossas expectativas das negociações não se concretizaram. O diálogo continuará. Esperamos que da próxima vez possamos fazer avanços maiores”, comentou o elemento da delegação russa.

A próxima reunião acontecerá “num futuro muito próximo”, de acordo com o russo Leonid Slutsky. Mas nem aí haverá acordo, avisou: “Não nos vamos iludir e acreditar que na próxima ronda chegaremos ao resultado final”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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