O governo russo vai passar a obrigar a aplicação de encontros Tinder a entregar as mensagens privadas dos seus utilizadores. Esta é a quarta app do tipo a ser obrigada a fornecer essa informação, caso necessário.
Os utilizadores russos do Tinder vão ter de passar a ter cuidado com o que dizem na aplicação. Segundo o jornal russo Moscow Times, sempre que o governo russo achar necessário poderá obrigar a empresa a fornecer informações privadas das mensagens trocadas entre utilizadores.
A legislação que entrou em vigor em 2016 exige que empresa de redes sociais armazenem dados dos utilizadores em servidores russos e os forneçam a Moscovo, caso seja pedido. Outras 175 empresas já consentiram comparticipar com o Serviço Federal de Segurança russo.
E não só as mensagens de texto que podem ser confiscadas pelo governo de Putin. Também as mensagens de áudio e vídeo serão armazenadas pelo Tinder nas mesmas circunstâncias. Na sua política de privacidade, a empresa explica que recolhe todos os dados pessoais dos utilizadores e até mesmo o conteúdo de conversas com outros utilizadores.
Até ao momento, as únicas ferramentas usadas para impor estas regras são mínimas, passando principalmente por pequenas multas. Com a entrada da legislação em vigor, a Rússia terá mais poder no que toca a bloquear os conteúdos.
Segundo o Gizmodo, ainda não é conhecido se os pedidos de informação do governo dizem respeito apenas a utilizadores dentro do território russo ou se se expandem a utilizadores noutros cantos do mundo.
O Tinder não é caso único e outras empresas como Snapchat, Wechat, Vimeo e Badoo já concordaram em fornecer as conversas dos utilizadores e outros conteúdos caso seja solicitado por Moscovo. Numa intervenção mais extrema, o governo russo baniu a aplicação Telegram, que usa um método de encriptação nas mensagens trocadas entre os seus utilizadores.