“Cortina de ferro” na internet. Milhares de russos saem às ruas em protesto

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Maxim Shipenkov / EPA

Milhares de russos saíram às ruas para se manifestarem contra os planos do governo de Putin de isolar a internet russa do resto do mundo. A Rússia diz querer proteger-se de eventuais ataques cibernéticos e controlar aquilo a que os russos têm acesso.

Foram mais 15 mil as pessoas que saíram às ruas do território russo em sinal de protesto contra o isolamento do país da internet mundial. Os manifestantes alegam que se está a chegar a “um ponto sem retorno. O governo russo justifica a medida como “proteção à política intervencionista e de influência estrangeira contra a política interna”.

Durante as manifestações em Moscovo, Voronezh, Khabarovsk e São Petersburgo foram detidas pelo menos 16 pessoas. “Se não fizermos nada, vai ficar pior. As autoridades vão continuar a seguir o seu próprio caminho, e não haverá volta a dar”, disse um dos protestantes, citado pela Deutsche Welle.

Relatos dos media russos apontam que decorrem já exercícios no sentido de desligar o país da Internet mundial ao abrigo do Programa Nacional de Economia Digital que foi lançado pelo Governo da Rússia em Dezembro passado.

Em fevereiro, os deputados reforçaram as medidas já existentes na legislação para que haja um controlo mais apertado. A oposição denunciou a decisão, alegando que se trata de uma forma de sufocar os dissidentes.

A Rússia introduziu leis de internet mais duras nos últimos anos, exigindo, por exemplo, que as ferramentas de busca eliminem alguns resultados de pesquisa, que os serviços de mensagens partilhem chaves de criptografia com as autoridades de segurança, e que serviços e redes sociais armazenem os dados pessoais dos utilizadores russos em servidores localizados no país.

A Rússia tem vindo a restringir o acesso à internet, bloqueando alguns sites e serviços de mensagens como o Telegram, onde foram convocadas e divulgadas as manifestações.

De acordo com o Público, a lei aprovada em Fevereiro pretende identificar o tráfico na web e os dados que ali circulam, fazendo-os passar por um controlo estatal para que a internet continue a funcionar no país.

A segunda votação está prevista para finais de março, altura em que está marcada mais uma manifestação contra a “cortina de ferro” russa. Se for aprovada, segue para Putin a ratificar.

ZAP //

1 Comment

  1. Mas isto não é novidade nenhuma, a Russia é um regime ditatorial… E o Putin é um ditador que não larga o poleiro! Temos alguns dos tempos modernos, Putin, xi jinping, Maduro, Erdogan etc…
    Era acabar com esta corja…

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