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Putin diz que Rússia ainda não atingiu pico da pandemia mas admite desconfinamento em maio

Yuri Kochetkov / EPA

O Presidente Vladimir Putin considerou hoje que a Rússia ainda não atingiu o pico da pandemia motivada pelo novo coronavírus mas admitiu uma redução progressiva das medidas de confinamento a partir de 12 de maio.

“A situação permanece difícil. Os especialistas e os cientistas com quem estamos em contacto permanente para verificar os nossos planos e medidas dizem que o pico ainda não foi atingido”, declarou Putin no decurso de uma reunião com governadores regionais transmitida pela televisão.

De acordo com os últimos dados hoje divulgados, a Rússia regista desde há semanas vários milhares de infeções diárias, num total de 93.558 casos e 867 mortos, a maioria em Moscovo.

Putin decidiu prolongar até dia 11 de maio os dias feriados que se cumprem na Rússia durante esse período de festividades, e encarregou o Governo de elaborar um plano de saída progressiva do confinamento a partir de 12 de maio.

O confinamento pelo coronavírus obrigou previamente o líder russo a adiar o desfile militar do 9 de maio, que este ano celebrava os 75 anos da vitória soviética sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial.

O fim do confinamento será variável consoante as regiões e concretizado “em função da situação epidemiológica do momento e da sua estabilidade”, precisou. Putin ordenou ainda a elaboração de novas medidas de “urgência” destinadas a apoiar a economia e a população.

Na segunda-feira, a responsável pelos serviços de saúde do país, Anna Popova, tinha já anunciado a eventualidade de uma redução das medidas de confinamento a partir de meados de maio “se tudo correr bem”.

Segundo a especialista, essa medida seria possível a partir de 12 de maio, mas “se tudo correr bem” durante os três períodos de incubação da doença provocada pelo novo coronavírus.

Anna Popova precisou que até ao momento a Rússia superou os dois períodos de confinamento (de 14 dias cada um) e o país enfrenta a última prova, que coincide com as festas de maio. A responsável considerou ainda ser “necessário mais tempo” para quebrar a curva de contágios na Rússia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, impôs uma pausa laboral durante o mês de abril para conter a propagação do novo coronavírus no país e as autoridades de cada região impuseram distintas formas de confinamento às suas populações.

Apesar das medidas de apoio aos empresários, em particular a redução de impostos e facilidades de crédito, numerosas empresas poderão não sobreviver a este período de inatividade.

Segundo o Presidente, a Rússia aumentou as suas capacidades de produção para garantir, a partir de maio, o fabrico mensal de 2.500 respiradores artificiais e de 8,5 milhões e máscaras de proteção. A produção de testes de despistagem foi multiplicada por nove e estão a ser disponibilizados diariamente 150.000, acrescentou.

No entanto, reconheceu que persiste a escassez de material de proteção e ordenou ao Governo para adotar medidas suplementares destinadas ao aumento da produção.

// Lusa

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