Rússia “já não pode ganhar a guerra na Ucrânia”, diz Von der Leyen

Stephanie Lecocq / EPA

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

“Nós somos e seremos absolutamente intransigentes para que a Ucrânia vença, é para isso que estamos a trabalhar. Mas a Rússia já perdeu esta guerra”, disse na segunda-feira a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Questionada sobre a candidatura da Ucrânia à adesão à União Europeia (UE), durante uma entrevista coletiva a vários órgãos de comunicação europeus, entre os quais o Público, informou que o processo foi “baseado no mérito e não houve qualquer atalho”.

A “Ucrânia cumpriu os critérios de forma substantiva: tem uma democracia parlamentar funcional; tem uma excelente administração pública, que está a resistir ao teste de stress da guerra; tem uma sociedade civil extraordinária e unidade política”, apontou a responsável na entrevista, em antecipação da reunião do Conselho Europeu, que decorre entre quinta e sexta-feira.

Sobre o resultado do Conselho Europeu, afirmou que “o parecer da Comissão já está a ter uma influência muito positiva sobre a moral na Ucrânia. Este é um país corajoso que está a lutar pela sua liberdade e independência. O estatuto de candidato é outra manifestação política do nosso total apoio. A Ucrânia precisa dele. Mas para entrar na UE, precisa muito claramente de preencher todos os critérios”.

Relativamente à aprovação de pacotes legislativos para reduzir a dependência da energia da Rússia, Von der Leyen notou que a Europa pode vir a enfrentar uma “situação difícil” nesse campo.

De acordo com a presidente da Comissão Europeia, com a diferença de dois graus de temperatura do ar condicionado no verão e do aquecimento no inverno a UE poderia prescindir do abastecimento do gasoduto NordStream 1 durante um ano.

Indagada sobre as declarações do primeiro-ministro português acerca da concessão do estatuto de país candidato à Ucrânia, Von der Leyen referiu que, no seu entendimento, António Costa quis deixar claro que essa condição “não nos deve retirar a concentração no apoio imediato à Ucrânia”.

“Ele tem toda a razão”, sublinhou, indicando que “as duas coisas têm de andar de mãos dadas. Tem de haver apoio militar, e estamos a fazer a nossa parte com cerca de 2000 milhões de euros canalizados pelo Mecanismo de Apoio à Paz. Tem de haver apoio financeiro imediato, para manter o país a funcionar e pagar salários, pensões, serviços básicos, como cuidados médicos”

E acrescentou: “tem de haver” também “apoio para poder exportar as reservas agrícolas do país, porque há Estados vulneráveis em todo o mundo que dependem desesperadamente do abastecimento de trigo da Ucrânia. É uma missão difícil, mas é absolutamente necessária. Portanto, este apoio imediato tem de continuar, isso é muito importante”.

Taísa Pagno , ZAP //

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