Rússia já terá governo fantoche preparado para Kiev. China vê-se num beco sem saída

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Xi Jinping, Vladimir Putin

A Rússia pode intensificar os ataques contra alvos civis na Ucrânia, nas próximas horas, com o objectivo de decapitar o Governo de Kiev. Putin já terá preparado um “governo fantoche” e teme-se “campanha de terra queimada”. Enquanto isso, a China está num beco sem saída.

A campanha militar da Rússia na Ucrânia pode ser intensificada nas próximas horas, com a aposta numa estratégia de “terra queimada” para dar o golpe final ao país vizinho.

O antigo Comandante General das Forças Armadas dos EUA na Europa, Mark Hertling, admite que Putin pode visar alvos civis devido às baixas que a Rússia tem sofrido e à evidente dificuldade em tomar a Ucrânia, em particular a capital Kiev.

“O que me preocupa é o que vai acontecer nas próximas 24 a 48 horas porque a Rússia está a tentar atingir alvos de longo alcance” que “os ucranianos não podem alcançar”, salienta o ex-Comandante General em declarações à CNN.

“Infelizmente, conhecemos o modo de guerra russo, vão começar a atacar, extensivamente, alvos civis, pois tiveram zero sucesso quando atacaram os militares ucranianos”, prevê ainda Hertling.

“Portanto, vão fazer uma campanha de terror, uma campanha de terra queimada”, vaticina ainda.

Entretanto, um alto funcionário do Governo dos EUA confirma à ABC News que a Rússia já tem preparado um “governo fantoche” para colocar no poder em Kiev.

“A inteligência dos EUA acredita que as tropas russas acabarão por esmagar Kiev e decapitar o seu Governo“, com os “crescentes bombardeamentos indiscriminados contra alvos civis em toda a Ucrânia”, refere a mesma fonte.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, escapou a três tentativas de assassinato, onde terá tido a ajuda das secretas russas. O líder ucraniano já assumiu que é “o alvo número um” dos russos.

Também foram revelados alegados planos russos para tomar a Ucrânia em 15 dias, ou seja, até este domingo, 6 de Março, com o recurso a execuções públicas para demover os ucranianos de resistirem.

Amizade entre Xi e Putin “não tem mesmo limites”?

No meio de todos estes receios quanto à escalada da violência e do terror, perante a aparente política de “vale tudo” de Putin, é preciso olhar para a posição da China como pivot que pode ser fundamental neste conflito.

Xi chegou a dizer que a amizade com a Rússia, e com Putin, “não tem limites”. Mas, agora, receia as consequências que essa amizade pode trazer para a China, sobretudo numa altura em que o mundo está a isolar a Rússia.

O custo é muito real para a China e está a expor os limites da política de Xi”, analisa a especialista Jude Blanchette, do Centro para os Estudos Internacionais Estratégicos dos EUA, em declarações ao The Wall Street Journal (WSJ).

A própria China pode ter sido apanhada de surpresa pela invasão da Ucrânia e vê-se, agora, numa espécie de beco sem saída. Por um lado, pode acabar muito prejudicada por esta guerra, tanto a nível económico como geoestratégico.

Mas, por outro lado, precisa de manter a sua “parceria com Putin” porque vê poucas “possibilidades de melhoria dos seus laços com os EUA”, analisa o WSJ. Portanto, tem de “manter a Rússia por perto como a sua mais importante colaboradora estratégica”, constata ainda o jornal.

“É inegável que, nesta altura, a China ocupa um nexo estranho onde está a tentar sustentar o seu relacionamento profundo e fundamental com a Rússia”, refere Kurt Campbell, o coordenador sénior do presidente dos EUA, Joe Biden, para a Política Indo-Pacífico no Conselho de Segurança Nacional, em declarações divulgadas pelo WSJ.

Kurt Campbell revela que os EUA esperam que a China acabe por ter “um papel decisivo encorajando Putin a reconsiderar” esta guerra contra a Ucrânia. “Acreditamos que [os chineses] optaram por não pesar [as consequências] antecipadamente”, acrescenta o coordenador.

O peso do óleo de girassol

Os fortes laços económicos com a Rússia estarão, assim, a manter os chineses ao lado dos russos. Mas Xi Jinping anseia que esta guerra termine o quanto antes, para minimizar as perdas.

“A Ucrânia vendeu à China o casco do que se tornou no seu primeiro porta-aviões e fornece 70% do óleo de girassol importado pelo país”, nota o WSJ, realçando que no mercado chinês, já se nota a falta deste ingrediente tão fundamental como o arroz. A consequência imediata será o aumento dos preços para os consumidores.

Mas a Ucrânia também exporta milho para a China, bem como minério de ferro e motores de aeronaves que são “essenciais para a defesa chinesa”, aponta o mesmo jornal económico.

Por outro lado, as exportações de bens tecnológicos da China para a Ucrânia estão a ser fortemente afectadas pela guerra.

Além disso, a China teme vir a ser apanhada por sanções directas do mundo ocidental, caso se mantenha firme ao lado da Rússia, numa altura em que as sanções contra o país de Putin vão, sucessivamente, endurecendo.

O problema Taiwan

Com todas estas variáveis económicas e geopolíticas em cima da mesa, há ainda a questão de Taiwan.

A CBC News canadiana avança que os serviços secretos de vários países temiam que a China pudesse aproveitar a invasão da Ucrânia para fazer o mesmo a Taiwan.

Este cenário foi assumido pelo chefe do ramo de inteligência militar do Canadá, o major-general Mike Wright, conforme refere aquela estação televisiva, notando que a reacção do mundo ocidental em peso, condenando e impondo sanções sem precedentes à Rússia, terá levado a China a pensar duas vezes antes de entrar em Taiwan.

“Espero que com a reacção da comunidade internacional, e especificamente da NATO e do Ocidente, a China faça uma pausa em qualquer um dos seus planos autoritários no futuro”, nota ainda o major-general citado pela CBS New.

A China também se opõe à expansão da NATO, tal como a Rússia que se precipitou para esta guerra para impedir a entrada da Ucrânia nesta organização.

A Ucrânia tem apelado à imposição de uma zona de “não voo” sobre os céus do país, mas este é um tema controverso, pois pode fazer descambar o conflito, levando as forças da NATO a intervir. Um cenário que é preciso evitar a todo o custo, como defendem vários líderes internacionais, nomeadamente o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.

ZAP //

11 Comments

  1. A posição da China quanto a mim já poderia ter sido de relevante importância nesta situação, bastaria o presidente chinês ter dito ao Putin que um ataque à Ucrânia injustificadamente, seria um ataque a todos os outros países incluindo a China, e o Putin certamente pensaria duas vezes antes de decidir, mas como a China também tem telhados de vidro no que toca ao caso Taiwan, opta pelo silêncio contribuindo desta forma para a escalada do genocídio do povo ucraniano e destruição do país!

  2. A China só vai perder com a atitude que tem tido. Deixemos de comprar produtos chineses, como produtos russos e eles que fiquem isolados do resto do mundo, que fiquem a viver sozinhos.

  3. a China é, de entre as grandes potências, quem tem menos a perder e mais a ganhar com esta guerra. ao contrário da Rússia, a China é um colosso económico e quando invadir Taiwan não serão as sanções do Ocidente que a vão deter. aliás, esta invasão da Ucrânia vai ser um bom caso de estudo para os chineses com vista à anexação de Taiwan a curto/médio prazo.

    • “A China é um colosso económico” ???? pois é, mas é só enquanto o ocidente lhe comprar as tralhas e instalar lá as fábricas para produzirem mais barato.
      Para acabar com isto: SANÇÕES TOTAIS AO COMÉRCIO COM A CHINA, A INDIA, O BRASIL e a todos os países párias que apoiam esse bandido… JÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ

    • Pois é… e tal como acontece com a Russia, tudo financiado indirectamente pelo ocidente!!
      É continuar a comprar tudo e a vender interesses estratégicos europeus à China, que, quando eles forem uma potencia militar, vamos ter o “troco”!…

  4. Esperemos que a China não fique do lado dos russos. A china é uma super potência . Não precisa dos russos para nada, Só porque defendem ambos o comunismo? A ideologia politica na actualidade não serve para nada. O que é mais importante na actualidade é a Economia, o Capitalismo, os países serem cada vez mais ricos e poderesos economicamente, do que propriamente ideologias politicas. A china aderiu os sistema económico: Capitalismo, para se tornar na potênica que é hoje , em vez de se basear nos antigos sistemas económicos que surgiam do comunismo. Se a China quer contnuar uma grande portência tem que deixar para trás a ideias retrogadas do putin.

    • A China defende o comunismo?! E o Putin, o maior ditador de extrema-direita da actualidade, também?
      Deve ser um comunismo muito moderno porque parece mesmo exctamente igual ao capitalismo!!
      Que o digam os milionários russos e chineses…

      A China já está do lado da Russia e claro que precisa dos russos (militarmente, recursos naturais, etc); assim como a Russia precisa da China (economicamente)!
      Como é obvio, não há qualquer ideologia envolvida; apenas interesses comuns!

  5. “A China é um colosso económico” ???? pois é, mas é só enquanto o ocidente lhe comprar as tralhas e instalar lá as fábricas para produzirem mais barato.
    Para acabar com isto: SANÇÕES TOTAIS AO COMÉRCIO COM A CHINA, A INDIA, O BRASIL e a todos os países párias que apoiam esse bandido… JÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ

  6. “Volodymyr Zelenskyy, escapou a três tentativas de assassinato, onde terá tido a ajuda das secretas russas.”

    Zelenskyy terá tido a ajuda das secretas russas!?
    Ó senhor jornalista, explique-me lá isso!!

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