“Ficámos a lutar sozinhos”. De uniforme militar e emocionado, presidente ucraniano diz que é “alvo número 1” da Rússia

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, lamenta que a Ucrânia está a defender-se sozinha, com o mundo a ver “com medo”. Vestindo um uniforme militar e emocionado, o líder da Ucrânia garante que vai continuar no seu país apesar de ser o “alvo número um” dos russos.

“Continuo na capital com o meu povo”, assegura Zelensky numa comunicação ao país, reportando-se à existência de notícias falsas a anunciarem que já tinha deixado Kiev.

Vestindo um uniforme militar e num tom emocionado, o presidente da Ucrânia assume que é “o alvo número um” dos russos e que a sua família é “o alvo número 2”, considerando que o objetivo da Rússia é “destruir a Ucrânia politicamente destruindo o chefe de Estado”.

Nós defendemos o nosso Estado sozinhos. As forças mais poderosas do mundo estão a observar de longe”, salienta ainda Zelensky numa crítica aos países da NATO e da União Europeia (UE) que, até agora, se limitaram a aplicar sanções que ainda não fizeram qualquer mossa a Moscovo.

“Têm todos medo”, critica ainda o líder ucraniano num discurso dirigido à nação. “Sentimos nos nossos céus e na nossa terra que isto não é suficiente”, critica também.

Nas redes sociais, têm sido publicadas imagens que mostram Zelensky de uniforme militar ao lado das tropas ucranianas, num sinal claro à Rússia e ao mundo de que não vai abdicar do seu papel de líder da nação, e num apelo à luta do povo ucraniano.

Elogiando o “heroísmo” ucraniano face ao avanço russo, Zelensky compara a invasão russa ao ataque da “Alemanha nazi” na Segunda Guerra Mundial.

“A Rússia embarcou pelo caminho do diabo, mas a Ucrânia está a defender-se e não vai desistir da sua liberdade independentemente do que Moscovo pensa”, assegura também.

Zelensky apela a uma “coligação anti-Putin”

Nas suas redes sociais, o líder ucraniano também apela a mais sanções. “Nem todas as possibilidades de sanções foram esgotadas ainda”, aponta, sublinhando que é preciso “aumentar a pressão sobre a Rússia”.

“A Ucrânia precisa do apoio dos aliados mais do que nunca”, escreve também, salientando que o país necessita de “assistência internacional efectiva”. “Precisamos de uma coligação anti-guerra” para forçar Putin a sentar-ser à “mesa das negociações”, vinca ainda.

Zelensky desafia a UE a “desligar a Rússia do sistema SWIFT” e a atuar com vista à “introdução de uma zona de não-voo sobre a Ucrânia”, bem como para implementar “outros passos efectivos para travar o agressor”.

O presidente ucraniano já pediu aos países da NATO, do chamado grupo “Nove de Bucareste”, ajuda para defender a Ucrânia.

Este grupo reúne-se nesta sexta-feira, em Varsóvia, e é formado por Bulgária, Eslováquia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, República Checa, Polónia e Roménia, todos membros da NATO e da UE.

Este grupo foi formado em Novembro de 2015, por iniciativa da Roménia e da Polónia, após a anexação da Crimeia por parte da Rússia e do início da guerra separatista no leste da Ucrânia.

Note-se que estes nove países integraram ou estiveram sob a influência da antiga União Soviética.

“Rússia terá de falar connosco”

No seu discurso à nação, o presidente ucraniano também vinca que, “mais cedo ou mais tarde”, a Rússia terá de “falar” com a Ucrânia para pôr fim aos combates e “travar a invasão”.

“Quanto mais cedo esta conversa começar, menores serão as perdas para a própria Rússia”, defende Zelensky, acusando os russos de terem começado a “bombardear áreas civis”.

“Os nossos rapazes e raparigas, todos os defensores da Ucrânia, não permitiram que o inimigo executasse o plano operacional da invasão no primeiro dia“, realça ainda o chefe de Estado ucraniano, salientando que na maioria das direcções, o avanço das tropas russas foi travado e que os combates prosseguem.

ZAP // Lusa

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26 Comments

  1. Temos um homem forte que bate numa mulher, à frente de toda a gente. A mulher bem se queixa, mas todas as pessoas lhe transmitem apoio, mas nada fazem para a ajudar. A mulher queixa-se junto da esquadra da policia, mas acontece que o homem, é um dos chefes da policia e decide o que se castiga ou não. A mulher nada mais resta que ser agredida, queixar-se , mas seus queixumes caem em ouvidos moucos. Os amigos dizem : se fosse na minha mulher eu fazia e acontecia, todos os meus conhecidos me ajudariam a castigar o agressor, mas como é contigo nada posso fazer o agressor é muito forte, mas posso deixar de lhe vender algumas coisas ou até comprar-lhe a ele o que ele vende. A mulher vê seus filhos serem mortos pelo homem, vê a sua casa ser destruida pelo homem enquanto todos assistem aos que se passa. Fosse esta história assim, toda a gente se sentiria horrorizada pelo que esta mulher passa e noja dos que não a ajudaram. Mas infelizmente é muito pior.

    • De facto, depois de tentado o diálogo, se a ucrânia é uma nação amiga e ainda assim algum louco quer espancá-la, e a amiga pede ajuda, que fazem os amigos?
      É claro que as coisas não são simples como se quer dar a parecer nestes exemplos, mas uma coisa é certa. Estas sanções e reações de apoio e de preocupação estão a ser iguais àquelas que sofreu a Alemanha no início da II Guerra aquando dos seus primeiros impulsos imperalistas. E deu no que deu.
      Eu pergunto-me se o Putin teria coragem para avançar, se há uns dias os aliados se tivessem efectivamente mobilizado com meios militares do mesmo gabarito junto às fronteiras da Ucrânia, como que dizendo: “há valores que estamos dispostos a defender até à morte – amizade, liberdade, democracia”.
      Agora, abre-se um precedente. Putin não vai perder, como andam a dizer, desejando. Vai abrir um precedente. Vai depor o governo ucraniano e passar a mensagem que querem. A seguir será a vez da Finlândia e da Suécia ou uma bomba de hidrogénio na cabeça de alguém. É assim que os fortes agem quando sentem a fraqueza das acções dos outros (independentemente das palavras).
      Falhada a conversa, com muita pena de todos, há que defender-nos da loucura alheia a todo o custo. Falhada a diplomacia, e perante um agressor bruto, aplica-se o o princípio: ou nós ou eles.

  2. Seja militar ou política, esta luta devia ser apoiada militarmente pela NATO que é muito responsável pelo que se está a passar. Todos apoiam mas quando chega a hora da verdade sentam-se nas cadeiras dos espectadores.

    • … até compreendo o que sente pois sinto o mesmo, mas temos de entender que a Ucrania não faz parte da Nato, a Nato não foi atacada, como tal a Nato não tem o direito legítimo de participar na defesa. Se o fizer será uma declaração unilateral de guerra contra a Russia. Não é no entanto impossível que isso não venha a acontecer mas as consequências serão básicamente uma guerra à escala europeia ou mesmo mundial , convém ter em atenção que a Russia não está sozinha, e se a China entra ao barulho, o resultado pode ser o pior imaginável. (vamos ver se o ZAP deixa passar esta resposta)

    • No caso da UE é agradecer à Alemanha/Merkel por andar de mãos dadas com Putin a construir NordStream’s directos entre a Rússia e a Alemanha, para manter a Europa dependente do gás russo!
      Já não bastava o NS1 (2012), e mesmo depois da anexação da Crimeia (2014), a Alemanha achou boa ideia construir o NS2!…

      Na Europa/EUA é continuar a vender interesses americanos/europeus (portos, etc) a ditaduras (com o alto patrocínio da Merkel e companhia), a realizar Jogos Olímpicos, mundiais de futebol, provas F1/MotoGP, etc, etc em países manhosos, etc, etc e depois admirem-se…

  3. Mais uma vez A Europa está impotente face a tirania de um louco. Mais uma vez os EUA fica a ver a Europa a começar a arder.
    Os lideres Europeus que vivem no mundo irreal do pacifismo não percebem que a Europa não pode ficar dependente de uma NATO,

    • Joe: explique lá então como se defenderá a Europa se cada um dos seus membros ficar para seu lado em vez de uma união forte. A NATO quanto a mim, é que tem descorado um pouco a realidade em vez de se preparar a sério e como se comprova, se não tivermos o chapéu americano ficaremos certamente encharcados em pouco tempo.

      • A Europa já devia ter formado uma força europeia a escala ou muito perto disso de uma russia ou mesmo dos EUA. Muito se tem falado nisso mas pouco ou nada se tem feito.oe

  4. Depois de tanto armamento e rios de dinheiro enviados para a Ucrânia pelo Ocidente, e de todas as pressões que foram logo feitas, O presidente da Ucrânia está a cuspir na cara de quem o ajudou, ajuda e pretende ajudar, ao dizer que está “sozinho” e que todos os outros países são cobardes!!
    Gesto muito feio!!! Se eu mandasse, todo o apoio cessava imediatamente! Mal agradecidos!

  5. blá , blá blá, somos uns covardes a pedirem nos ajuda e nada fazemos, sempre ouvi dizer ,quanto mais nos abaixos mais nos vêm o cú., não temos vergonha, se fossemos nós estávamos a falar com esse grande homem o presidente da Ucrânia

  6. Se achamos que os Russos são uns brutos, déspotas, antidemocráticos e imperialistas, experimentem ‘espreitar’ o que são os Ucranianos.
    Espreitem!
    Informem-se (de fontes fiáveis)!
    E, depois digam-me o que encontraram.
    Se queremos ficar, pelo menos, com a ilusão que temos o ‘patamar’ moral superior, apoiar alguém, contra alguém, só porque o primeiro quer ser nosso amigo e o outro é considerado nosso inimigo,…NÃO CHEGA.
    pelo menos para pessoas que se imaginam…’morais’.

    • Então?!
      Quantos países invadiu a Ucrânia?
      A Russia é mais democrática do que a Ucrânia?
      Pois… o Kremlin adora iluminados – felizmente a maioria dos russos sabe muito quem é o Putin!…

      Provavelmente não conheces nenhum ucraniano, quanto mais o que se passa na Ucrânia (e muito menos, na Russia)…

      Merecias um encontro imediata com a “hospitalidade” das forças russas, para ver se acordas para vida!…

  7. O Putin é um ditador com tiques de Hitler e de Estaline, a Europa por seu lado adormeceu à sombra da bananeira e pior ainda, tem-se armado em pai natal ao abrir os braços ao mundo desindustrializando o nosso continente e alargando demasiadamente a dependência a leste quando de lá nunca houve provas de um diálogo aberto e sério, por outro lado, também não tem dado bons exemplos a nível militar, casos do Kosovo, primaveras árabes, entre outros, injustos e desnecessários. O Putin por seu lado tem trabalhado na forma como pretende alargar as suas fronteiras e nós deste lado fazendo conta que nada se passa, assistindo ao espetáculo tranquilamente, desta vez o ataque é mais forte e letal ainda, e a Ucrânia irá decapitar e então o senhor Putin que com o argumento de não querer a NATO à sua porta, virá ele próprio instalar-se à porta da NATO. Restará apenas aos europeus entenderem que aquele imperialista não é mesmo para brincadeiras e prepararem-se a sério e atempadamente para um eventual ataque o que poderá servir também como forma dissuasora para ele pensar duas vezes antes de agir.

  8. O presidente ucraniano devia saber que a Europa está desmilitarizada e “fidelizada” aos acordos energéticos com a Rússia, que a união apenas se preocupa com questões económicas e que a NATO, uma vez que o seu país não é membro não lhe prestaria ajuda militar. Deixou-se iludir, acreditou na ajuda militar e agora grita:” Aqui d`el Rei que estou sozinho! Outra coisa não seria de esperar! Agora, a fera, apercebendo-se da fragilidade da presa, vai atacar com muito maior convicção!! Renato, parabéns pela ótima metáfora. É clara!

  9. Este Putin vai ser “roído” por dentro. De fora, ninguém se atreve a tocar-lhe, especialmente depois dos psiquiatras terem chegado à conclusão que o homem é um perturbado mental!?

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