Bakhmut continua a ser a cidade com batalhas mais duras. Há alternativas “mais ou menos legais” para quem não quer combater.
Uma boa parte dos exércitos de Rússia e Ucrânia tem estado concentrada em Bakhmut, ao longo das últimas semanas.
De acordo com dados do Instituto para o Estudo da Guerra, a Rússia controla nesta altura mais de 75% da cidade a norte de Donetsk, no Leste da Ucrânia.
Nesta quinta-feira o ministério da Defesa da Rússia assegurou que a cidade está bloqueada. Uma versão contrariada pelo Grupo Wagner e pelas autoridades ucranianas.
O exército russo está a tentar cercar Bakhmut a norte e a sul, de acordo com informações de Kiev.
As forças de Moscovo atacaram novamente Bakhmut, na noite passada, desta vez com munições de fósforo branco.
Essas munições estão proibidas há 46 anos, lembra o portal TSN. O uso deliberado destas armas incendiárias contra alvos civis foi proibido num protocolo de emenda às Convenções de Genebra, em 1977.
A temperatura muito elevada que estas munições criam origina derretimento quase instantâneo de metais, madeiras, corpos de animais e pessoas.
É uma arma particularmente perigosa num raio de 150 metros do epicentro da explosão.
Em Dezembro do ano passado, a Rússia já terá utilizado o mesmo tipo de ataque em Kherson.
Fugir à guerra
Desde a terça-feira passada, o processo de recrutamento na Rússia passou a ser feito de forma electrónica.
O Kremlin quer dificultar a fuga à mobilização militar. Porque, até aqui, com as convocatórias entregues em papel, havia algumas dificuldades nessa entrega presencial ou por correio, por parte dos recrutadores.
A partir do momento em que recebe a convocatória, o russo chamado para a guerra está proibido de deixar o país.
E se não se apresentar, no máximo, 20 dias depois de a receber, fica proibido de conduzir, contrair empréstimos, vender e arrendar casas, ou transferir casas para familiares.
Mesmo assim, Grigory Sverdlin, chefe do projecto anti-guerra Go Through the Forest, esteve no Meduza a deixar alternativas “mais ou menos legais” de fugir à guerra.
No programa de rádio, foi partilhada uma lista de 10 organizações e projectos que ajudam os russos que não querem ir para a linha da frente. Advogados, activistas e psicólogos integram essas organizações humanitárias ou sociais que ajudam quem quer evitar a guerra, acrescenta a rádio Observador.
O Meduza é um canal online russo, mas independente. E foi no mesmo portal que foi partilhada outra estória: a embaixada da Alemanha em Moscovo recusou um visto Schengen a um cidadão russo.
Porquê? Porque o russo em causa está em “idade militar” e pode ser chamado para a guerra. E isso “provavelmente reduzirá significativamente a sua vontade de voltar para a Rússia antes que o visto expire”, justifica a embaixada.
O cidadão queria visitar a sua irmã, que mora na Alemanha.
Guerra na Ucrânia
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