O presidente do PSD admitiu que há “uma nova fase” nas relações com o PS e anunciou que irá ainda esta terça-feira indicar os interlocutores para o diálogo com o Governo nas áreas da descentralização e do futuro quadro comunitário.
“Estivemos os dois a tratar mais do que possa consubstanciar políticas positivas e não estivemos a carregar naquilo que nos divide”, afirmou Rui Rio no final de uma audiência com o primeiro-ministro, António Costa, que durou quase duas horas e meia.
Rio anunciou que, já esta terça-feira, na primeira reunião da Comissão Política Nacional irá indicar os interlocutores do PSD para avançar no diálogo com o Governo em dois dossiês: a descentralização e o futuro quadro comunitário, o chamado pós-2030.
O presidente do PSD apontou ainda outros dois temas abordados na reunião que são “relevantes, mas não com tanta urgência”: a justiça e a segurança social, campo no qual deixou uma ressalva.
“Nunca estará em causa, no caso da segurança social, qualquer alteração à situação presente: é tomarmos as medidas, fazermos a reforma relativamente àquilo que vai ser a segurança social daqui a 10, 20, ou 30 anos”, afirmou.
Rio acrescentou ainda que apesar de a reunião ter sido com os líderes dos dois maiores partidos “não quer dizer” que não sejam envolvidas as restantes forças partidárias.
Por sua vez, o primeiro-ministro considerou que a conversa com o presidente do PSD “correu muito bem” e foi “muito construtiva”, distinguindo a atual solução governativa, que não precisa de mudar, de temas que requerem acordo político mais alargado.
“Há sempre o tempo de semear e depois o tempo de crescer, mas vamos ver como é que as coisas correm, mas foi uma conversa muito simpática, muito cortês, muito construtiva”, respondeu António Costa quando questionado sobre o encontro com Rui Rio, que disse ter corrido “muito bem”.
O primeiro-ministro, que falava aos jornalistas já à saída da cerimónia de entrega de carros elétricos à Administração Pública, fez questão de “separar bem e distinguir bem o que está em causa”.
“Quanto à solução de Governo, está encontrada. É uma solução que funciona bem, tem produzido bons resultados na economia, bons resultados no emprego, bons resultados nas finanças públicas, bons resultados para o país, que está hoje calmo, tranquilo, confiante. Não há nenhuma razão para mudar nada“, garantiu.
Para Costa, “outra coisa completamente distinta é, a par de uma solução de Governo que está consolidada e felizmente a funcionar bem”, haver temas que “requerem o acordo político mais alargado possível”.
“É desejável que não se limite a haver um acordo entre os partidos da maioria, mas que possa ser alargado a outras forças políticas”, defendeu.
ZAP // Lusa