O hacker Rui Pinto, criador do Football Leaks e autor das revelações do caso Luanda Leaks, foi colocado em prisão domiciliária esta quarta-feira.
Rui Pinto, que estava em prisão preventiva desde 22 de março de 2019, foi esta quarta-feira colocado em prisão domiciliária.
“Na presente data, foi revogada a medida de coação de prisão preventiva aplicada a Rui Pinto, tendo o mesmo abandonado já as instalações do estabelecimento prisional anexo à PJ [Policia Judiciária]. Rui Pinto encontra-se agora sujeito à medida de obrigação de permanência na habitação, cumulada com a proibição de acesso à internet, sob responsabilidade da Polícia Judiciária”, refere um comunicado enviado à Lusa pelos advogados William Bourdon, Francisco Teixeira da Mota e Luísa Teixeira da Mota.
A 17 de janeiro, o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decidiu levar a julgamento Rui Pinto por 90 crimes de acesso ilegítimo, acesso indevido, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão, mas deixou cair 57 dos 147 crimes pelos quais o arguido havia sido acusado pelo Ministério Público.
Em fevereiro, o Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou um recurso da defesa de Rui Pinto para que o pirata informático passasse de prisão preventiva para domiciliária, justificando a decisão com o “elevadíssimo perigo de fuga”.
Para justificar o receio de fuga, o Ministério Público recordou as dificuldade das autoridades portuguesas e húngaras em localizar Rui Pinto, quando este vivia em Budapeste. A morada do português foi apenas conseguida “através de intercetações telefónicas realizadas ao seu pai”.
Além do elevado perigo de fuga invocado, o Tribunal da Relação receava também que o pirata informático colocasse em risco todas as provas relacionadas com o Football Leaks, podendo assim pôr em causa o processo.
Depois de ter sido preso na Hungria e extraditado para Portugal, ao abrigo de um mandato internacional, Rui Pinto está preso desde março de 2019.
ZAP // Lusa
Boa notícia! E acho ridículo que o MP se baseie na dificuldade que tiveram em encontrá-lo para justificar a prisão preventiva. É que, se fossem fáceis de localizar, não haveria hackers.
Ridículo?
Acho perfeitamente compreensível!
O perigo de fuga era mais do que evidente!…
Não nesse sentido mas no de parecer que o MP ficou admirado por ter sido difícil encontrá-lo. O secretismo é uma qualidade inerente ao pirata informático ou informador/delator (hacker, ou cracker, e whistleblower, respetivamente, como agora se diz para parecer mais chique).