Rui Moreira pode estar de saída da Câmara para substituir chairman da EDP

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Fernando Veludo/LUSA

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O líder do CDS-PP, Nuno Melo (D) com Rui Moreira (C), e Álvaro Castelo Branco, (E), na assinatura o acordo da Aliança Democrática (AD)

Lei de limitação de mandatos impede o presidente da Câmara Municipal do Porto de se recandidatar à autarquia. Mas Rui Moreira já é apontado a outras casas e pode abandonar o cargo antes do seu termo.

Apesar de ter marcado presença na oficialização do acordo da coligação entre PSD, CDS-PP e PPM, o presidente da Câmara Municipal do Porto garantiu que não está disponível “para nenhum cargo” na nova “equipa” de Luís Montenegro caso esta forme Governo após as eleições de março.

“Claramente não estou disponível para nenhum cargo”, esclareceu Rui Moreira à CNN Portugal este domingo, sublinhando que a sua presença na assinatura da coligação, no sábado, na Alfândega do Porto, foi meramente “institucional“.

“Estive presente também com o presidente da Assembleia Municipal [Sebastião Feyo de Azevedo] como tenho estado presente em inúmeras atividades partidárias que decorrem na cidade do Porto e para as quais sou convidado”, disse Moreira que, vendo o seu ciclo autárquico a chegar obrigatoriamente ao fim em 2025, já é apontado a outros destinos.

O líder independente do Porto, impedido de se recandidatar à autarquia por limitação de mandatos, tem em cima da mesa um alto cargo na EDP, avança o Porto Canal esta segunda-feira.

A porta da energia abriu-se após a saída — confirmada pelo Expresso na passada sexta-feira — do presidente do Conselho Geral e de Supervisão da elétrica.

Segundo um dirigente do PS citado pelo Porto Canal, António Costa avalia há vários meses a possibilidade, e Rui Moreira também estará a par da eventual vaga.

Contactado pelo Porto Canal em dezembro, o gabinete de comunicação da EDP informou que as eleições para os órgãos da empresa estão agendadas para a Assembleia Geral de 10 de abril, data em que o triénio em curso termina e se abre um novo mandato.

Rui Moreira já tinha sido apontado recentemente às eleições europeias pelo PSD — rumores que, na sua opinião, foram plantados por alguém que quer dificultar a vida a Luís Montenegro.

“É mais ou menos como perguntar se posso vir a ser o Pai Natal. Não se coloca. Não é uma coisa que se possa colocar. Naturalmente, se surgir um convite para uma coisa dessas, terei que pensar na altura, terei que pensar nas condições”, disse.

A confirmar-se a ida de Rui Moreira para a EDP, a autarquia do Porto ficará entregue ao atual vice-presidente da autarquia Filipe Araújo.

Os primeiros passos rumo à sucessão já começaram a ser dados há muito.

Nas palavras do próprio Filipe Araújo, trata-se de uma “candidatura de continuidade” com um “projeto alicerçado numa gestão da cidade de Rui Moreira e de todos os eleitos”. Questionado pelo jornal Público, Filipe Araújo, assumiu em novembro do ano passado que “existe uma grande ambição para o futuro da cidade que ultrapassa 2025”. Dá, assim, sinais de disponibilidade para encabeçar uma candidatura à autarquia portuense.

O Conselho Geral e de Supervisão da EDP conta já com Miguel Pereira Leite, ex-presidente da Assembleia Municipal do Porto e próximo de Rui Moreira.

A EDP é atualmente detida, maioritariamente, por empresas como a estatal chinesa China Three Gorges (20,86%), pela espanhola Oppidum Capital (6,82%), controlada pela família Masaveu, pela americana BlackRock, Inc. (6,82%) e pelo Fundo de Pensões do Canadá (5,62%). Quase 60% do capital está disperso por acionistas com participações menores.

ZAP //

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